A forma como os insetos vêem e atacam as suas presas está a ser aplicado a um novo robot em fase de desenvolvimento na Universidade de Adelaide, EUA, na esperança de melhorar os sistemas visuais do aparelho.
O projeto – que atravessa as fronteiras da neurociência, engenharia mecânica e informática – baseia-se em anos de pesquisa sobre a visão do inseto.
No estudo, publicado no Journal of The Royal Society Interface, os investigadores descrevem como as aprendizagens do funcionamento dos insetos e dos seres humanos podem ser aplicadas num modelo de simulação de realidade virtual, permitindo um sistema de inteligência artificial para “perseguir” um objeto.
Os insetos voadores, como as libelinhas, mostram um notável comportamento visualmente guiado. Isto inclui companheiros de perseguição ou presas, mesmo na presença de distrações, como enxames.
“Eles executam esta tarefa, apesar da sua baixa acuidade visual e de terem um cérebro minúsculo, do tamanho de um grão de arroz. As perseguições da llibeliha atingem velocidades de até 60 km/h, com uma taxa de sucesso de mais de 97%”, explicou, em comunicado de imprensa, um dos investigadores, Zahra Bagheri, estudante de engenharia mecânica.
A equipa de engenheiros e neurocientistas desenvolveu um algoritmo incomum para ajudar no mapeamento visual. “Em vez de apenas tentarem manter o alvo perfeitamente centrado no seu campo de visão, os nossos sistemas de bloqueio permitiam que o alvo o atacasse”, continuou o mesmo cientista.
“Isso reduziu as distrações de segundo plano e deu tempo para o processamento subjacente do cérebro executar o seu trabalho. Ele fez pequenos movimentos de visão e movimentos de visão giratórios sobre o seu objectivo, de modo a manter o alvo perto e frontal.”
Este sistema bio-inspirado de “visão ativa” foi testado em realidades virtuais compostas por várias cenas naturais. A equipa descobriu que, através dos algoritmos, ele executa de modo muito preciso os dados, enquanto corre 20 vezes mais rápido.
É mais um passo na aproximação e cruzamento de dois mundos: o real e o virtual….por enquanto…
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