Chama-se Amnésia Digital e afecta um terço dos europeus. Um estudo recentemente efectuado pela Kaspersky Lab revela que muitos europeus recorrem à net à procura de respostas que talvez conheçam e que 24 por cento se esquece quase de imediato o que encontrou depois de ter utilizado a informação.
Num mundo cada vez mais online, onde o tempo médio de atenção dado a um assunto a está reduzido a uns meros oito segundos, a nossa inclinação para esquecer factos que podemos voltar a obter facilmente da Internet, num fenómeno conhecido por Amnésia Digital, cresce de forma desmesurada, graças à necessidade de conseguir o que queremos numa questão de milissegundos.
De acordo com as conclusões do estudo, 79,5% dos europeus admitem que usam a Internet como uma extensão do seu cérebro. Embora 57% tratem de obter a resposta por si mesmos, 36% recorre diretamente à Internet (40% em maiores de 45 anos) sem puxar pela cabeça. Estes consumidores são avessos a investir tempo a puxar pela memória e chegam mesmo a duvidar dessas recordações.
Além disso, um quarto (24%) dos inquiridos admite que esquece a resposta obtida online assim que utiliza a informação procurada, sendo esta percentagem ainda superior (27%) nos maiores de 45 anos.
Esta crescente dependência da internet como fonte de informação pode refletir impaciência ou a necessidade de velocidade num mundo em rápida mutação: 61% dos europeus inquiridos dizem que precisam de respostas rapidamente e simplesmente não têm o tempo para bibliotecas ou livros. Esta percentagem sobe para 70% na franja dos 16 aos 24 anos de idade.
O nosso cérebro reforça a capacidade de memória de cada vez que fazemos o exercício de recordar algo e, ao mesmo tempo, esquece os dados e factos irrelevantes que nos distraem. Algumas investigações anteriores demonstravam que recordar ativamente informação é uma forma muito eficaz de criar uma memória permanente. Pelo contrário, repetir passivamente a informação (por exemplo, procurando-a repetidas vezes na Internet) não contribui para criar uma memória sólida. Sobre a base desta investigação, pode-se argumentar que a tendência para procurar informação antes de sequer tentar recordá-la faz com que diminua a nossa capacidade de memorização a longo prazo.
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