“Um antigo presidente da IBM afirmou que no mundo haveria mercado para um máximo de cinco computadores. Só nesta sala cada um de vocês tem um computador no bolso a que chamam telefone mas que o que menos fazem com ele é telefonar a alguém”. O exemplo foi dado pelo director da unidade de negócio 3D da BQ para explicar o porquê da aposta da marca espanhola na impressão 3D.
António Relaño falava numa conferência integrada no Open Day da BQ que juntou em Madrid parceiros da marca e jornalistas de toda a Europa. Para o director daquela unidade de negócio da BQ a aposta na impressão 3D é uma aposta no futuro e chegará às nossas casas mais cedo do que se pensa. A impressão 3D já se utiliza em áreas estratégias como a saúde ou educação, mas num futuro próximo começará a entrar nas nossas vidas e a mudar a forma como nos relacionamos com os objectos. Lembrando que já hoje é possível baixar da internet planos para construir uma miríade de objectos, Relaño salientou que as impressoras 3D irão entrar em força no mercado doméstico.
A BQ tem duas linhas de impressoras 3D, a Witbox e a Hephestos, de que apresentou agora a segunda geração. Com a primeira, afirmou Rodrigo del Prado, sócio fundador, a uma pergunta do TecheNet, venderam 500 unidades e chegaram a 50 países no ano passado. Mas aqui não estamos a falar de escala, mas sim de uma aposta de futuro, e por isso, os responsáveis não falam em expectativas quanto a vendas da Witbox2 e da Hephestos 2, antes preferindo afirmar as suas potencialidades, nomeadamente no campo da medicina e do trabalho a uma escala global.
Alberto Mendéz, CEO da BQ, revelou a propósito, o trabalho de cooperação que a empresa espanhola está a fazer com uma instituição de apoio a crianças, criando próteses para as mãos com as impressoras 3D. “Antes, cada prótese custava 10 mil euros e não se podia molhar. Agora, com estas próteses, as crianças podem fazer qualquer actividade porque se houver problemas trocam-se. É que o custo de produção de cada prótese fica em apenas 10 euros”.
O futuro é já hoje e a forma como nos relacionamos com os objectos irá mudar. Com uma impressora 3D em casa, teremos possibilidade de rapidamente suprirmos uma necessidade sem termos de nos deslocar a lojas.
A Witbox 2 e a Hephestos 2 são fundamentalmente a mesma máquina, mas com uma diferença fundamental. A Witbox 2 é uma impressora pronta a usar, bastando ligar à corrente, e a Hephestos 2 é um kit de montagem. Daí a diferença do preço: a primeira terá um custo de mais de 1200 euros e a segunda de cerca de 850 euros, estando consideradas entre o top 5 das impressoras 3D a nível mundial e agora estão ainda melhores
As impressoras 3D da BQ utilizam tecnologia totalmente concebida pelos engenheiros da marca, que agora lhes acrescentaram um controlador CNC e sensor indutivo de concepção própria, bem como um novo extrusor desenhado pelo fabricante espanhol, permitindo uma minúcia maior nas peças construídas.
Há pouco tempo, se alguém queria construir uma impressora 3D, tinha de comprar componentes um pouco por todo o mundo e esperar meses até ter o seu projecto concluído e poder começar a replicar objectos. A primeira geração da Hephestos demorava cerca de 12 horas a montar, mas a montagem da Hephestos 2 é ainda mais rápida. Alguém com habilidade poderá montá-la em duas horas ou menos. A facilidade de montagem é tão grande que a BQ anunciou que irá lançar um desafio internacional para ver quem consegue montar esta impressora 3D em menos tempo.
A utilidade das impressoras 3D aumenta com a diversidade dos materiais em que se consegue imprimir objectos e a BQ tem uma gama que vai do plástico não tóxico aos materiais flexíveis como o Filaflex (que permite, por exemplo, imprimir uns sapatos), passando pelo bronze, cobre e madeira.
No Teatro Goya em Madrid estavam expostos vários objectos impressos em 3D, mas a melhor montra era também a menos óbvia. A directora da comunicação da marca espanhola vestia uma blusa de um rendilhado negro que é uma impressão 3D.
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