Desde 20 de junho, entrou em vigor na União Europeia o Regulamento 2023/1669, que impõe uma nova rotulagem energética obrigatória para todos os smartphones e tablets vendidos no espaço europeu. Inspirado no modelo já aplicado a eletrodomésticos e televisores, este sistema de rotulagem visa reforçar a transparência junto dos consumidores e promover escolhas mais sustentáveis.
Mais do que informar sobre o consumo energético, o novo rótulo destaca aspetos como a duração da bateria, a resistência a quedas, o índice de reparabilidade, a longevidade da bateria e a proteção contra pó e água. A iniciativa pretende incentivar tanto os fabricantes como os utilizadores a optarem por dispositivos mais duráveis, eficientes e fáceis de reparar, contribuindo assim para a redução de resíduos eletrónicos e para a transição para uma economia circular.
Marcas como a SPC, com desenvolvimento próprio na Europa e um histórico de compromisso com a sustentabilidade e a acessibilidade tecnológica, posicionam-se na linha da frente desta transformação. Antes mesmo da entrada em vigor do regulamento, a SPC já integrava os requisitos como parte do seu ADN de inovação responsável.
Para compreender melhor o impacto desta nova medida no setor tecnológico, bem como o papel da SPC neste novo paradigma, conversamos com o Manuel Ferreira, Country Manager da marca em Portugal.

1. Como é que a SPC se preparou para cumprir o novo Regulamento 2023/1669 antes da sua entrada em vigor oficial?
Na SPC, antecipar as tendências e exigências do setor faz parte do nosso ADN. Iniciámos o processo de adaptação ao Regulamento 2023/1669 muito antes da sua entrada em vigor, através de um trabalho coordenado entre as nossas equipas de I&D, engenharia e qualidade. O principal desafio passou por garantir que todos os nossos novos dispositivos cumprissem os critérios exigidos — nomeadamente ao nível da eficiência energética, durabilidade, resistência a quedas, ao pó e à água, e reparabilidade — sem comprometer o posicionamento acessível que nos caracteriza. Desenvolvemos novos protocolos internos e reforçámos os testes laboratoriais para assegurar total transparência e fiabilidade da informação agora incluída na etiqueta.
2. Que impacto espera que esta nova etiqueta energética tenha no comportamento dos consumidores ao escolherem um smartphone ou tablet?
Acreditamos que esta etiqueta representará uma verdadeira mudança no comportamento dos consumidores. Pela primeira vez, os utilizadores terão acesso a dados objetivos e comparáveis sobre parâmetros que antes estavam ocultos ou eram difíceis de avaliar, como a reparabilidade ou a durabilidade da bateria. Prevemos que esses critérios ganhem cada vez mais peso nas decisões de compra, especialmente entre consumidores mais informados e ambientalmente conscientes.
O design e o desempenho continuarão a ser importantes, mas serão agora acompanhados por uma valorização crescente da longevidade e da sustentabilidade.
A União Europeia criou um sistema independente de verificação e controlo para garantir que os dados constantes das etiquetas refletem a realidade. Antes, uma marca podia anunciar 100 horas de autonomia e outra 120, para o mesmo nivel real de autonomia, dependendo do tipo de testes internos aplicados. O novo sistema harmoniza os relatórios e elimina a subjetividade ao exigir validação por laboratórios certificados pela UE. Consideramos que esta estandardização vai beneficar as empresas “sérias”, pelo que para a SPC o vemos como uma grande oportunidade.
3. A SPC tem apostado na durabilidade e na reparabilidade. Como é que estas características influenciam o design e fabrico dos vossos dispositivos?
O principal desafio em termos de construção dos dispositivos prende-se com a resistência à água. O novo regulamento exige que os smartphones tenham, no mínimo, uma certificação IPX4 — o que significa que a entrada de água no interior deve ser impedida. Para cumprir este requisito, é muitas vezes necessário redesenhar o molde do equipamento. Em muitos casos, é preciso rever todo o design estrutural e aplicar materiais isolantes que impeçam a infiltração de líquidos.
Além disso, é necessário recorrer a materiais de maior qualidade, capazes de aumentar a resistência a riscos e quedas.
Estas decisões técnicas são agora uma prioridade, e não um pormenor de engenharia, fazendo parte integrante da nossa estratégia para prolongar o ciclo de vida dos produtos.
4. Considera que esta nova rotulagem coloca a Europa na liderança global da regulação sustentável para dispositivos móveis?
Sem dúvida. A Europa está a dar um passo firme na direção certa, ao colocar a sustentabilidade e a transparência no centro da relação entre fabricantes e consumidores. Este sistema de rotulagem vai muito além da eficiência energética — promove a economia circular, a redução de resíduos e o consumo informado.
Enquanto marca europeia, com desenvolvimento próprio dentro da própria União Europeia e controlo rigoroso de todo o processo de fabrico, a SPC orgulha-se de estar na linha da frente desta transição. Vemos esta nova era como uma oportunidade para inovar com responsabilidade.
5. O novo índice de reparabilidade promove claramente a economia circular. De que forma a SPC está a facilitar o acesso a peças, manuais ou assistência técnica?
Na nova etiqueta energética dos smartphones e tablets, a reparabilidade tem um peso significativo na pontuação final. Este índice é avaliado com base em critérios como a facilidade de desmontagem, o tipo de fixações, as ferramentas necessárias, a disponibilidade de peças sobressalentes, as atualizações de software e a informação fornecida ao utilizador final sobre a substituição de componentes.
Com esta abordagem, os utilizadores de smartphones e tablets passam a saber, desde o início, o quão fácil será reparar o seu equipamento caso algo avarie — evitando assim desperdício eletrónico desnecessário e promovendo ativamente a economia circular.
6. Que conselhos daria a um consumidor que se depare com esta nova etiqueta pela primeira vez?
O nosso principal conselho é que além da da eficiência energética tenham também atenção aos demais indicadores que oferecem uma visão muito mais completa do ciclo de vida do dispositivo. Por exemplo: a durabilidade da bateria, a resistência a quedas e, sobretudo, o índice de reparabilidade, que revela o grau de facilidade com que o equipamento pode ser reparado no futuro.
Recomendamos que os consumidores comparem estes valores entre modelos e reflitam sobre o que é mais relevante para o seu estilo de vida. Escolher um dispositivo com boa classificação geral é fazer uma escolha mais informada, mais sustentável e com benefícios a longo prazo.
Mais informações sobre a SPC no site oficial.
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