O Huawei Mate 70 está a caminho de se tornar um dos lançamentos mais marcantes da marca nos últimos anos, com vendas que já ultrapassaram os 6 milhões de unidades e a promessa de atingir a meta dos 10 milhões em breve. No entanto, apesar do sucesso comercial, o entusiasmo do público chinês parece estar a esmorecer, levantando questões sobre o verdadeiro impacto deste novo topo de gama da gigante tecnológica de Shenzhen.
Segundo dados avançados por fontes próximas da indústria, a Huawei já vendeu cerca de 6,3 milhões de unidades do Mate 70 até ao final de julho de 2025. A fasquia dos 8 a 10 milhões de dispositivos vendidos está ao alcance, mas continua aquém do desempenho do seu antecessor, o Mate 60, que ultrapassou os 14 milhões de unidades comercializadas, impulsionado pela novidade do processador 5G desenvolvido internamente.
As previsões iniciais para o Mate 70 eram ambiciosas, mas a realidade do mercado chinês tem sido mais exigente. Analistas, como os da Jefferies, apontam para um abrandamento do interesse dos consumidores, refletido num menor volume de avaliações e discussões online em comparação com o lançamento anterior. A própria Huawei reconhece que o mercado está mais competitivo, com a Apple e outras marcas a reforçarem a sua presença no segmento premium.

O que distingue o Mate 70?
A série Mate 70 foi apresentada como a mais poderosa de sempre da Huawei, focando-se em melhorias ao nível do desempenho e da fotografia móvel. O dispositivo conta com um processador próprio, aposta numa câmara principal com lente periscópio para zoom de longa distância e apresenta um design que foge à tendência das molduras planas, optando por linhas mais arrojadas.
No que toca à personalização, a Huawei disponibiliza o Mate 70 em múltiplas cores e variantes de memória, permitindo aos utilizadores escolher entre diferentes opções de armazenamento e acabamentos. O Mate 70 Pro+ destaca-se ainda por oferecer até 16 GB de RAM e variantes de 1 TB de capacidade interna, respondendo às necessidades dos utilizadores mais exigentes.
Apesar do lançamento bem-sucedido, a Huawei enfrenta desafios significativos. O Mate 70 não conseguiu replicar o impacto mediático do Mate 60, que beneficiou do simbolismo do regresso da marca ao segmento premium com um processador 5G local. As melhorias do novo modelo foram vistas como incrementais, sem o efeito surpresa que impulsionou o antecessor.
Além disso, a marca continua a lidar com limitações impostas pelas sanções internacionais, nomeadamente na produção de processadores e no acesso a certos componentes, o que pode afetar a disponibilidade dos equipamentos e a capacidade de resposta à procura.
O papel do HarmonyOS Next
Outro fator diferenciador do Mate 70 é o sistema operativo HarmonyOS Next, que marca o afastamento definitivo do Android. Este novo ecossistema, embora inovador em termos de privacidade e integração, ainda está a construir a sua base de aplicações, o que pode ser um entrave para alguns utilizadores habituados ao universo Google. A Huawei aposta num “jardim murado” com mais de 15 mil aplicações disponíveis, mas reconhece que o caminho para consolidar um ecossistema robusto é exigente.
Enquanto o Mate 70 continua a sua trajetória de vendas, a Huawei já está a preparar o lançamento da próxima geração, o Mate 80. Os rumores apontam para novidades ao nível do processador, câmara periscópio melhorada, GPU mais potente e até soluções inovadoras de arrefecimento, mostrando que a marca não pretende abrandar o ritmo de inovação.
O Mate 70 é, sem dúvida, um dos smartphones mais relevantes do ano para a Huawei, com vendas sólidas e uma base de fãs fiel. No entanto, o entusiasmo inicial está a ser substituído por uma análise mais crítica do mercado, que exige mais do que pequenas melhorias para se deixar impressionar. A Huawei mantém-se resiliente e continua a apostar na diferenciação tecnológica, mas o desafio de surpreender os consumidores está mais presente do que nunca.
Outros artigos interessantes:










