A Fujifilm, a marca que conquistou fotógrafos de todo o mundo com as suas cores icónicas e câmaras de médio formato, está a fazer a sua aposta mais ousada até à data. Esquece as câmaras híbridas que fazem um pouco de tudo; a empresa japonesa acaba de apresentar a GFX Eterna 55, a sua primeira câmara de cinema profissional. E a mensagem é clara: eles não estão para brincadeiras.
Com um sensor gigante de 102 megapíxeis, a capacidade de gravar em 8K e um preço que a coloca diretamente no território de gigantes como a RED, a GFX Eterna 55 é a prova de que a Fujifilm quer um lugar à mesa dos grandes estúdios de Hollywood. Esta não é uma câmara para o teu vlog de viagens; é uma máquina de guerra cinematográfica, pensada de raiz para os criadores mais exigentes.
A estratégia da Fujifilm é inteligente: pegar na tecnologia que já provou o seu valor na aclamada câmara fotográfica GFX100 II e adaptá-la a um corpo desenhado especificamente para as necessidades do cinema profissional. O resultado é uma câmara que, no papel, tem tudo para abanar um mercado notoriamente difícil de penetrar.
Não é uma câmara fotográfica que faz vídeo
Se estás a pensar que esta é apenas mais uma GFX100 II num corpo diferente, pensa outra vez. Embora partilhem o mesmo coração, a GFX Eterna 55 é um animal completamente diferente, construído com um propósito muito claro. O corpo robusto, com um peso de 2 kg, foi desenhado para ser montado em tripés, gimbals e rigs de cinema completos, e não para ser transportado ao ombro.
A ergonomia e as funcionalidades foram todas pensadas para o fluxo de trabalho de um cinematógrafo profissional. A câmara vem com dois ecrãs: um ecrã tátil integrado de 3 polegadas e um monitor amovível de 5 polegadas de alta resolução e brilho, ideal para ser usado em ambientes exteriores. Uma das funcionalidades mais impressionantes é o filtro de densidade neutra (ND) eletrónico e variável integrado, que te permite controlar a luz que entra no sensor com uma precisão incrível, sem teres de andar a trocar de filtros à frente da objetiva.
Para além disso, a GFX Eterna 55 está equipada com todas as portas e ligações que um profissional esperaria encontrar numa câmara deste calibre, garantindo uma integração perfeita em qualquer set de filmagens.

O motor de uma GFX100 II num corpo de cinema
O grande trunfo da GFX Eterna 55 é, sem dúvida, o seu sensor. Trata-se do mesmo sensor “médio formato” de 44x33mm e 102 megapíxeis que tornou a GFX100 II uma lenda entre os fotógrafos. Este sensor, muito maior do que os sensores full-frame que se encontram na maioria das câmaras de cinema, permite uma qualidade de imagem excecional e abre um leque vasto de possibilidades criativas. A câmara pode gravar vídeo em resoluções até 8K, numa variedade de formatos, incluindo o cinematográfico anamórfico.
A Fujifilm não se ficou pelo sensor. Muitas das especificações internas são partilhadas com a sua irmã fotográfica, o que é uma excelente notícia. Isto inclui a gravação interna em Apple ProRes 422 HQ, a capacidade de enviar um sinal RAW de 12 bits através de HDMI, um ISO de base dupla (800 e 3200) para um desempenho superior em condições de pouca luz, e uma gama dinâmica que ultrapassa os 14 stops.
Para mostrar que está a construir um ecossistema completo, a Fujifilm anunciou também uma nova objetiva de cinema dedicada, a GF 32-90mm T3.5. A câmara utiliza as mesmas baterias W235 e os mesmos cartões de memória (CFExpress Tipo B e SD) que a GFX100 II, e até suporta o sistema de focagem automática com deteção de assunto da marca quando usada com objetivas GF compatíveis.
Uma aposta de 16 mil dólares para conquistar os profissionais
Entrar no mercado de câmaras de cinema profissionais não é tarefa fácil. É um território dominado por marcas com décadas de experiência e uma base de utilizadores extremamente leal. A Fujifilm sabe disto, e o preço da GFX Eterna 55 é a prova de que a sua aposta é séria. Com um valor de 16.499 dólares, esta câmara não se destina a amadores ou entusiastas; é uma ferramenta para profissionais que procuram o máximo de qualidade.
A empresa está tão confiante nas capacidades da sua nova câmara que já produziu uma curta-metragem, intitulada “Okay”, para demonstrar o que a GFX Eterna 55 consegue fazer nas mãos de um realizador e de um diretor de fotografia. É uma estratégia de marketing inteligente, que procura provar o valor do produto através de resultados práticos.
Resta saber se os profissionais do cinema estarão dispostos a trocar as suas marcas de eleição por esta nova proposta. No papel, a Fujifilm GFX Eterna 55 tem todos os ingredientes para ser um sucesso: um sensor de exceção, especificações de topo e um design pensado para o terreno. A batalha por Hollywood vai ser dura, mas a Fujifilm acaba de entrar em campo com um argumento muito forte.
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