Todos os anos, no seu evento Connect, a Meta tenta convencer o mundo de que o futuro da computação não está no nosso bolso, mas sim no nosso rosto. E este ano, a empresa deu o seu passo mais concreto e ambicioso até à data nessa direção. Foram apresentados não um, mas dois novos pares de óculos inteligentes em parceria com a Ray-Ban, cada um com um propósito muito claro.
De um lado, temos os revolucionários Ray-Ban Display, os primeiros da marca com um verdadeiro ecrã a cores integrado na lente, que projeta informação diretamente no teu campo de visão. Do outro, os Ray-Ban Meta (Gen 2), uma evolução mais prática e refinada dos óculos que já conhecíamos. Juntos, estes dois lançamentos revelam uma estratégia de dois caminhos: um que aposta no presente e outro que nos dá o vislumbre mais tangível do futuro da realidade aumentada.

Ray-Ban Display: o futuro da realidade aumentada a chegar aos teus olhos
Os Ray-Ban Display são, sem dúvida, a estrela do evento. Este é o produto que materializa a visão de longo prazo da Meta: uns óculos que parecem normais, mas que integram um ecrã virtual no mundo real.
Um ecrã que só tu consegues ver
Integrado na lente direita, encontras um micro-ecrã a cores com uma resolução de 600×600 pixéis e um brilho impressionante de 5.000 nits, o que deve garantir uma boa visibilidade mesmo sob luz solar direta. Com uma taxa de atualização de 90Hz, as animações e o texto em movimento prometem ser fluidos. Na prática, este pequeno ecrã flutuante pode mostrar-te mensagens e videochamadas do WhatsApp e do Messenger, direções de navegação passo a passo, traduções em tempo real, ou até mesmo as respostas do assistente Meta AI às tuas perguntas. Funciona, essencialmente, como um ecrã de notificações privado e sempre visível.
Controlar o mundo com um gesto do pulso
Tão inovador como o ecrã é a forma como o controlas. A acompanhar os óculos, a Meta lançou a Meta Neural Band, uma pulseira que usa sensores sEMG para detetar os sinais elétricos dos músculos do teu pulso. Isto permite-te controlar a interface dos óculos com pequenos e subtis gestos da mão, uma abordagem muito mais discreta e futurista do que dar toques nos óculos ou falar em voz alta.
Claro que estes óculos também são uma câmara. Vêm equipados com um sensor ultra-grande angular de 12MP capaz de gravar vídeo em 3K a 30fps. A bateria dura até 6 horas, com o estojo a fornecer carga para um total de 24 horas. Com um preço de 799 dólares, este é claramente um produto para os entusiastas e pioneiros da tecnologia.

Ray-Ban Meta (Gen 2): a aposta segura para o presente
Para quem não está pronto para dar o salto (e o investimento) para um futuro com ecrãs flutuantes, a Meta refinou a sua linha de óculos mais tradicional. Os Ray-Ban Meta (Gen 2) não têm um ecrã na lente, mas melhoram a fórmula existente em pontos cruciais.
A autonomia da bateria foi significativamente melhorada, oferecendo agora até 8 horas de utilização nos óculos e um total de 48 horas com o estojo. A câmara também recebeu um upgrade, sendo agora capaz de gravar vídeo 3K a 60 fotogramas por segundo, o dobro da fluidez do modelo Display.
Com um preço muito mais acessível de 379 dólares e disponíveis em vários designs clássicos da Ray-Ban (Wayfarer, Skyler e Headliner), estes são os óculos inteligentes para o mercado de massas.

A inteligência que une os dois mundos
Apesar das diferenças de hardware, a Meta está a unificar a experiência através do software. Ambos os modelos irão receber, em breve, novos modos de gravação como hyperlapse e câmara lenta.
Mais interessante ainda é a futura funcionalidade “Conversation Focus”. Através de inteligência artificial e dos seis microfones integrados, os óculos serão capazes de isolar a voz da pessoa com quem estás a falar, minimizando o ruído de fundo. Esta pode ser uma funcionalidade transformadora para quem tem dificuldades auditivas ou para qualquer pessoa que tente ter uma conversa num café ou numa rua movimentada.
Com estes dois lançamentos, a estratégia da Meta torna-se clara. Os Meta (Gen 2) continuam a normalizar a ideia de usar tecnologia no rosto, focando-se em casos de uso práticos como a fotografia e a música. Enquanto isso, os Ray-Ban Display servem como uma ponte para o futuro, um produto para os mais corajosos que querem experimentar hoje a forma como todos poderemos interagir com a tecnologia amanhã.
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