No mundo da tecnologia, a imitação é, muitas vezes, a forma mais sincera de elogio. Mas a Xiaomi parece ter levado o ditado a um novo extremo. A marca chinesa acaba de confirmar oficialmente que a sua próxima série de smartphones de topo de gama não se vai chamar Xiaomi 16, como toda a gente esperava. Em vez disso, a empresa vai saltar um número e batizar a nova linha de… Xiaomi 17. Se o nome te soa familiar, não é coincidência.
Numa jogada que está a gerar uma onda de críticas e acusações de falta de originalidade, a Xiaomi não só adota o mesmo número que a Apple usou para o seu mais recente lançamento, como também replica a nomenclatura dos modelos: teremos um Xiaomi 17, um Xiaomi 17 Pro e um Xiaomi 17 Pro Max. E o mais surpreendente? O presidente da empresa, Lu Weibing, não só não esconde a inspiração, como a assume de peito aberto, afirmando que o objetivo é enfrentar o iPhone “frente a frente, na mesma geração e ao mesmo nível”.
Esta decisão arriscada, que chega poucas semanas depois de o seu sistema operativo HyperOS 3 ter sido criticado pelas semelhanças com o iOS 26 da Apple, está a deixar muitos fãs desapontados. A grande questão que paira no ar é se a Xiaomi terá a tecnologia para sustentar uma provocação tão direta ou se esta é apenas mais uma prova de que a marca, em vez de inovar, prefere seguir o rasto da sua maior rival.

A cópia que já ninguém tenta disfarçar
A confirmação veio diretamente do presidente da Xiaomi, Lu Weibing, através de uma publicação na rede social chinesa Weibo. “Todos esperavam por isto. A nova série Xiaomi 17 vai encontrar-se com todos este mês”, escreveu, acrescentando que este será “o maior salto na história da série digital da Xiaomi”. Para além de anunciar os três modelos, Weibing prometeu que o Xiaomi 17 Pro Max será “o topo de gama de imagem mais forte da história da Xiaomi”.
No entanto, foi a justificação para a mudança de nome que incendiou as redes sociais. Numa admissão de uma frontalidade rara na indústria, o executivo explicou a estratégia da empresa: “Há cinco anos, iniciámos a nossa estratégia de topo de gama, aprendendo com o maior adversário, tendo como referência firme o iPhone. Até hoje, a Apple continua a ser excecional. Todos viram o sucesso da série iPhone 17, mas nós continuamos muito confiantes, e é por isso que vamos enfrentar o iPhone de frente”.
Esta declaração foi, para muitos, a gota de água. A comunidade de fãs, que há muito defende a marca pela sua relação qualidade-preço, não tardou a manifestar o seu descontentamento. As críticas não se focam apenas no nome. Apontam para um padrão que se tem vindo a acentuar, com o HyperOS 3 a ser acusado de copiar descaradamente elementos do iOS 26, desde os ícones das aplicações às animações. Para alguns utilizadores, a Xiaomi “foi longe demais” e está a perder a originalidade que um dia a caracterizou.

Mas será que o hardware acompanha a audácia?
Uma coisa é atirar uma provocação, outra bem diferente é ter argumentos para a sustentar no campo de batalha. A série Xiaomi 17 será a primeira a estrear o novo e potente processador da Qualcomm, o Snapdragon 8 Elite Gen 5, o que, por si só, já garante um desempenho de topo. A grande dúvida reside no sistema de câmaras, especialmente depois das promessas ambiciosas do CEO.
Apesar de Lu Weibing ter classificado o Xiaomi 17 Pro Max como o “topo de gama de imagem mais forte” da história da marca, as fugas de informação contam uma história um pouco diferente. Os rumores indicam que o modelo Pro usará um sensor periscópico de 1/2.51 polegadas, enquanto o Pro Max terá um ligeiramente maior, de 1/1.98 polegadas. Embora sejam sensores competentes, não são particularmente grandes quando comparados com o que outros gigantes chineses, como a Oppo ou a Vivo, têm apresentado.
A comparação parece, mais uma vez, ser feita diretamente com a Apple. Contra os sensores do iPhone 17, os da Xiaomi podem, de facto, ser considerados “massivos”. No entanto, ao provocar a indústria, a Xiaomi coloca-se sob um escrutínio muito maior. Se a qualidade de imagem não for, na prática, revolucionária, a promessa de enfrentar a Apple “ao mesmo nível” pode cair por terra.
A série Xiaomi 17 tem lançamento previsto para outubro na China, com um modelo Ultra a chegar, possivelmente, no início de 2026. A chegada aos mercados globais deverá acontecer por volta de fevereiro ou março do próximo ano. Até lá, a Xiaomi terá de provar que a sua nova estratégia é mais do que apenas uma imitação de nome e que, por trás da polémica, existe um produto genuinamente capaz de desafiar o rei do mercado.
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