Na semana passada, a Google lançou uma importante atualização de firmware para os seus auscultadores de topo, os (ficcionais) Pixel Buds Pro 2. O anúncio oficial focou-se nas grandes novidades de inteligência artificial, como o Áudio Adaptativo e a Proteção Contra Ruído Forte. No entanto, agora que a atualização (versão 4.467) está a chegar a mais utilizadores, foi descoberta uma nova funcionalidade surpresa, que não foi mencionada no anúncio, e que resolve uma das pequenas, mas frustrantes, limitações dos auriculares.
Numa jogada que parece ter sido retirada diretamente do manual da Apple, a Google implementou um novo e detalhado sistema de monitorização de bateria que não só te dá mais informação, como também a partilha de forma inteligente por todo o ecossistema Pixel. É uma daquelas pequenas “magias” que, durante anos, fizeram dos AirPods da Apple a referência em termos de experiência de utilização.
O que muda na prática com esta nova função?
A nova funcionalidade, descoberta pelo site 9to5Google, divide-se em duas melhorias significativas que, juntas, transformam a forma como geres a autonomia dos teus auriculares.
Mais detalhe: adeus às estimativas
Até agora, a informação da bateria dos Pixel Buds era, muitas vezes, uma estimativa combinada ou pouco detalhada. Com esta atualização, ao ativares o novo widget de bateria do Pixel, passarás a ter uma visão muito mais granular e útil do estado da carga:
- A percentagem de bateria do auricular esquerdo.
- A percentagem de bateria do auricular direito.
- A percentagem de bateria do estojo de carregamento.
Isto é extremamente útil. Se, como muitas pessoas, usas mais um auricular do que o outro para chamadas, por exemplo, agora podes saber exatamente qual deles precisa de ser carregado, em vez de seres apanhado de surpresa com um aviso de bateria fraca.
A magia do ecossistema: a informação em todo o lado
A parte verdadeiramente inovadora, no entanto, é a forma como esta informação é partilhada. A bateria dos teus Pixel Buds Pro 2 já não está apenas visível no dispositivo ao qual eles estão ligados. A informação é sincronizada com todos os teus dispositivos Pixel que já tenham sido emparelhados com os auriculares.
Imagina este cenário: estás a trabalhar no teu Pixel Tablet, a ouvir música nos teus Pixel Buds que estão ligados ao teu smartphone Pixel, que está a carregar noutra sala. Com esta nova funcionalidade, o widget de bateria no ecrã do teu tablet irá mostrar-te, em tempo real, a percentagem de carga de cada auricular e do estojo, sem que precises de tocar ou sequer de estar perto do teu smartphone. É o fim do “adivinha adivinha” sobre a autonomia dos teus auriculares.

“Inspirado” na Apple, e ainda bem
Se esta funcionalidade te soa familiar, é porque é. Este nível de integração e de partilha de estado da bateria entre dispositivos tem sido, desde o início, uma das características mais elogiadas e “mágicas” do ecossistema da Apple com os AirPods, iPhones, iPads e Macs.
A decisão da Google de replicar esta experiência não deve ser vista como uma simples cópia, mas sim como um sinal de maturidade. A empresa está a reconhecer que, para criar um ecossistema verdadeiramente competitivo, não basta ter grandes funcionalidades de IA; é preciso também polir os pequenos detalhes de qualidade de vida que tornam a experiência de utilização diária mais fluida e agradável. No final, quem ganha é o utilizador.
A construção silenciosa do ecossistema Pixel
Esta novidade, juntamente com outras funcionalidades recentes como a ligação automática ao hotspot do smartphone no macOS, mostra que a Google está a trabalhar de forma metódica e silenciosa para construir o seu próprio “jardim murado”. Embora o seu ecossistema continue a ser mais aberto que o da Apple, estas pequenas integrações exclusivas e perfeitamente fluidas entre os dispositivos Pixel estão a criar argumentos cada vez mais fortes para que os consumidores invistam e permaneçam na sua família de hardware.
Enquanto as grandes funcionalidades de IA captam as manchetes, são estes detalhes de conveniência que, muitas vezes, conquistam a lealdade dos utilizadores a longo prazo.
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