Durante os últimos anos, a “inteligência artificial” tem sido a palavra da moda no mundo da tecnologia. Na maioria das vezes, no entanto, essa “inteligência” vivia na nuvem, dependendo de uma ligação à internet para funcionar. Um novo e revelador relatório da consultora Counterpoint Research mostra que essa realidade está a mudar a uma velocidade estonteante. Em 2025, a revolução da IA está a acontecer diretamente dentro do teu bolso.
O estudo prevê um crescimento massivo na venda de processadores para smartphones equipados com aceleração de hardware para IA generativa (GenAI). Isto significa que os telemóveis estão a ganhar a capacidade de executar tarefas complexas de IA, como a criação de texto e imagem, localmente, sem precisarem de se ligar a um servidor. E a grande notícia é que esta revolução já não é um exclusivo dos modelos topo de gama: está a explodir na gama média, tornando a IA uma funcionalidade padrão para todos.
Os números de uma transformação acelerada
Os dados da Counterpoint Research pintam um quadro claro de uma indústria em rápida transformação. Para 2025, as previsões são impressionantes:
- O número de processadores com capacidade para GenAI vendidos irá crescer 74% em relação ao ano anterior.
- Estes processadores irão representar 35% de todos os chips para smartphones vendidos a nível mundial. Por outras palavras, mais de um em cada três smartphones vendidos este ano terá um “cérebro” de IA dedicado.

A batalha dos três gigantes: Apple, Qualcomm e MediaTek
Quando olhamos para quem está a liderar esta corrida, os números revelam uma dinâmica de mercado fascinante.
A liderança surpreendente da Apple
No mercado global de processadores com IA, a Apple é a líder destacada, com uma quota prevista de 46%. A razão para este domínio é estratégica. Desde a introdução do “Neural Engine” há vários anos, a Apple tem incluído hardware de IA potente em todos os seus processadores da série A. Como a empresa apenas vende smartphones nos segmentos premium e de gama alta, a grande maioria dos seus dispositivos vendidos já vem equipada com esta tecnologia.
A resposta do Android
Atrás da Apple, encontramos a Qualcomm com 35% e a MediaTek com 12%. Estas duas empresas são as principais fornecedoras de processadores para o universo Android e estão a acelerar a fundo para não perderem terreno. Os seus novos topos de gama, o Snapdragon 8 Elite Gen 5 e o Dimensity 9500, são a prova desta aposta, com um foco massivo no desempenho de IA para alimentar os novos smartphones de marcas como a Samsung, Xiaomi e outras. No segmento premium, 88% dos processadores vendidos este ano já terão capacidade de GenAI.
O verdadeiro campo de batalha: a gama média
A estatística mais reveladora do relatório, no entanto, está no segmento de gama média (entre 300€ e 499€). Este é o verdadeiro campo de batalha, onde a maioria dos consumidores compra os seus smartphones, e é aqui que a revolução da IA está a acontecer de forma mais explosiva.
As vendas de processadores com IA para este segmento triplicaram em relação ao ano passado. Este crescimento é tão grande que, em 2025, a gama média será responsável por 38% de todos os smartphones com capacidade de GenAI vendidos. A IA deixou, oficialmente, de ser um luxo. A Qualcomm, com as suas populares séries Snapdragon 7 e 6, é a líder destacada neste importante segmento, com uma quota de 57%.
O que é que isto significa para ti, na prática?
Mas o que é que “aceleração de hardware para IA” significa no teu dia a dia? Significa que as funcionalidades inteligentes que começámos a ver nos últimos meses se vão tornar mais rápidas, mais privadas e mais comuns. Falamos de coisas como:
- Edição de fotos e vídeos por IA, como o “Help me edit” do Google Photos, que te permite alterar imagens com simples comandos de voz.
- Assistentes digitais mais rápidos e contextuais, que respondem instantaneamente sem precisarem da nuvem.
- Tradução em tempo real de conversas e textos.
- Funcionalidades proativas, com o teu smartphone a aprender as tuas rotinas e a antecipar as tuas necessidades.
A era do “smartphone com IA” já não é uma promessa futura. A julgar por estes números, ela já chegou e está a caminho de se tornar o novo padrão da indústria.
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