No panteão da fotografia de smartphones de topo, um clube exclusivo formou-se nos últimos anos. A Xiaomi tem a Leica, a vivo tem a Zeiss, e a Oppo tem a Hasselblad. Cada uma destas parcerias trouxe o prestígio e a ciência de cor de uma marca de câmaras icónica para o mundo móvel. Conspicuamente ausente deste clube estava a Realme. Até agora.
A Realme acaba de anunciar oficialmente uma parceria estratégica com a Ricoh, a lendária empresa japonesa de equipamentos fotográficos. Esta colaboração, descrita como uma das “mais profundas da indústria”, não é um mero acordo de marketing. É o culminar de quatro anos de co-desenvolvimento, e o seu primeiro fruto será o muito aguardado smartphone topo de gama da marca, o Realme GT 8 Pro, cujo lançamento está previsto para o final deste mês.
Uma parceria cozinhada em lume brando durante quatro anos
O detalhe de que as duas empresas têm vindo a trabalhar juntas nos bastidores há quatro anos é, talvez, o aspeto mais significativo deste anúncio. Mostra que não se trata de uma decisão de última hora para colar um logótipo famoso na traseira de um smartphone. Pelo contrário, sugere uma colaboração profunda ao nível da engenharia, que abrange desde a ótica das lentes, passando pelos algoritmos de cor, até ao design da própria interface da aplicação de câmara.
A Realme e a Ricoh lançaram um vídeo intitulado “4 Anos num Instante”, que realça precisamente este longo processo de desenvolvimento conjunto, sublinhando a seriedade do seu compromisso em criar uma experiência fotográfica verdadeiramente única.

O que é que a Ricoh traz para a mesa? A alma da “street photography”
Para os entusiastas de fotografia, o nome Ricoh, e em particular a sua série de câmaras GR, é lendário. As câmaras Ricoh GR são as favoritas de fotógrafos de rua em todo o mundo, conhecidas pela sua discrição, pela sua ergonomia focada no “disparo rápido” e, acima de tudo, pela sua ciência de cor inconfundível, com modos de simulação de película como o famoso “Positive Film”.
É precisamente esta filosofia que a parceria pretende trazer para o Realme GT 8 Pro. O objetivo, segundo as empresas, é “trazer a tradição das câmaras convencionais para a fotografia móvel” e encorajar os utilizadores a “desfrutar da fotografia de rua”. Kazunobu Saiki, Diretor-Geral da Divisão de Câmaras da Ricoh, afirmou que a esperança é que “mesmo aqueles que não costumam usar uma câmara dedicada possam experienciar a fotografia de ‘snapshot’ com o GT 8 Pro”.
As primeiras informações indicam que o smartphone irá incluir cinco “tons de imagem clássicos” e uma estética geral de imagem semelhante à de uma película fotográfica, o que aponta para uma experiência fotográfica com uma “alma” e um caráter muito distintos.
A corrida pelas parcerias de prestígio
Com este movimento, a Realme entra finalmente no “jogo dos tronos” das parcerias fotográficas. Num mercado onde o hardware dos sensores (muitas vezes fabricado pela Sony ou pela Samsung) é cada vez mais semelhante entre as marcas, estas colaborações de software e ciência de cor tornaram-se o principal campo de batalha para a diferenciação. Já não basta ter uma boa câmara; é preciso ter uma câmara com uma “personalidade”. A Leica oferece o seu visual cinematográfico à Xiaomi, a Zeiss a sua clareza e cores naturais à vivo, e a Hasselblad o seu processamento de cor icónico à Oppo. Agora, a Ricoh trará a sua herança da fotografia de rua para a Realme.
A nova tecnologia de imagem resultante desta parceria será formalmente apresentada a 14 de outubro, dias antes do lançamento oficial do Realme GT 8 Pro. Será nesse momento que veremos em detalhe como esta colaboração de quatro anos se irá materializar no smartphone que, a julgar também pelos seus outros rumores (como a câmara periscópica de 200MP), tem a ambição de se tornar no novo rei da fotografia móvel.
Outros artigos interessantes:










