A era da música barata e ilimitada parece estar a ficar cada vez mais cara. O Spotify, a plataforma que lidera incontestavelmente o mercado global de streaming de música com mais de 30% de quota, prepara-se para voltar a mexer na carteira dos seus subscritores. Segundo novos relatórios, a empresa está a planear aumentar os preços das suas subscrições nos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2026, uma medida que surge sob forte pressão das grandes editoras discográficas.
Embora a notícia foque o mercado norte-americano, a história diz-nos que as alterações de preços nos EUA tendem a ser um prenúncio do que acontecerá no resto do mundo, incluindo na Europa, onde alguns mercados já sentiram ajustes recentes.

A pressão das editoras e o padrão de aumentos
O Spotify tem seguido um padrão de aumentos anuais nos últimos tempos nos EUA, com subidas em julho de 2023 e junho de 2024. Embora o verão de 2025 tenha passado sem um novo agravamento, a “pausa” parece ter sido temporária.
De acordo com o Financial Times, o próximo aumento já tem data marcada para o primeiro trimestre de 2026. A razão não é apenas a inflação global, mas sim uma pressão ativa por parte das grandes editoras discográficas. Estas entidades, que detêm os direitos da música que ouvimos, têm vindo a pressionar o Spotify (e concorrentes como a Apple Music) a aumentar os preços para melhorar as margens de lucro e o valor pago por stream.
O que esperar: mais 1 dólar (e provavelmente 1 euro)
Atualmente, a subscrição Premium individual do Spotify nos EUA custa 11.99 dólares. A expectativa é que o novo aumento siga a tendência habitual, adicionando 1 dólar à fatura mensal, elevando o preço para 12.99 dólares.
Este movimento alinha-se com o que já vimos acontecer em mercados europeus selecionados recentemente, onde o preço base subiu de 10.99 € para 11.99 €. É quase certo que este ajuste nos EUA acabará por se refletir numa harmonização global de preços ao longo de 2026.
Além do plano individual, é esperado que os planos Duo, Família e Estudante sofram aumentos proporcionais, como tem sido norma nas atualizações anteriores.
Dominar tem um custo
Apesar dos aumentos, o Spotify mantém a sua liderança confortável, com cerca de 30% do mercado, muito à frente da Tencent Music (14%), Apple Music (12.6%) e Amazon Music (11.1%).
A empresa tem tentado justificar o valor da subscrição não apenas com música, mas com a adição constante de novas funcionalidades, como a expansão para podcasts de vídeo e a recente introdução de um plano dedicado a audiolivros (Audiobooks+) em alguns mercados. No entanto, para o utilizador que “apenas quer ouvir música”, estes aumentos constantes começam a testar a lealdade à plataforma.
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