Desde as ruas chuvosas de Liberty City até ao sol de Los Santos, a série Grand Theft Auto (GTA) sempre foi uma sátira brutal e brilhante do “Sonho Americano”. Mas será que a fórmula funcionaria fora dos Estados Unidos? Um antigo diretor da Rockstar Games veio agora revelar que a produtora esteve muito perto de descobrir a resposta, tendo considerado seriamente levar a franquia para cidades icónicas como Tóquio ou Rio de Janeiro.
Obb Vermeij, ex-diretor técnico da Rockstar North que trabalhou na série até 2008, abriu o livro sobre os bastidores da empresa numa entrevista recente. As suas declarações mostram que, antes de a Rockstar se decidir a revisitar as suas cidades americanas fictícias, houve um momento de exploração global que poderia ter mudado a história dos videojogos.
Tóquio: o projeto que esteve “quase” a acontecer
Segundo Vermeij, de todas as ideias internacionais, a que esteve mais perto de se materializar foi um “GTA: Tokyo”. A equipa estava fascinada pela metrópole japonesa e considerou seriamente criar um jogo baseado na sua cultura urbana única.
Mas a lista de destinos exóticos não se ficava por aí. A Rockstar debateu internamente a possibilidade de levar o crime e o caos para:
- Rio de Janeiro: Uma escolha que faria todo o sentido dado o clima tropical e a complexidade social da cidade.
- Moscovo: Uma aposta arrojada no coração da Rússia.
- Istambul: A ponte entre a Europa e a Ásia.

Porque é que a Rockstar recuou? O “risco” de sair da América
A decisão de cancelar estes projetos e manter a série nos EUA foi puramente estratégica e financeira. Vermeij explica que a Rockstar concluiu que um GTA fora dos Estados Unidos perderia o seu impacto cultural.
“Os EUA são o epicentro da cultura ocidental, por isso toda a gente conhece as cidades, mesmo as pessoas que nunca lá estiveram”, argumentou. O poder da série reside na familiaridade que o público global tem com os estereótipos americanos – os filmes de Hollywood, a música, as marcas. Mudar o cenário para uma cultura menos universalmente “absorvida” seria um risco demasiado grande para uma produção que custa milhares de milhões de dólares.
“Têm uma imagem mental destas cidades. Não faz sentido fazer [um jogo] numa localização pela novidade. ‘GTA: Toronto’? Não funcionaria”, exemplificou Vermeij de forma pragmática.
O regresso a casa: Vice City em 2026
No final, a Rockstar optou pelo caminho seguro e lucrativo: aperfeiçoar a sua sátira da América. Depois de explorar a Califórnia em GTA V, o próximo capítulo, GTA VI, levar-nos-á de volta à Florida fictícia de Vice City (Miami).
Com data de lançamento marcada para 19 de novembro de 2026, o próximo jogo promete ser o maior evento de entretenimento da década, provando que, para a Rockstar, não há lugar como a “casa”. Mas a ideia de um GTA a conduzir pelas ruas de Tóquio ou a subir as favelas do Rio permanecerá para sempre um dos grandes sonhos por cumprir dos fãs.
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