A Huawei operou uma reviravolta impressionante no mercado global de tecnologia. Segundo os dados mais recentes da consultora IDC, a gigante chinesa não só recuperou o fôlego, como ultrapassou a concorrência feroz da Apple e da Xiaomi para se tornar a marca número um em vendas de wearables (smartwatches e pulseiras de fitness) a nível mundial nos primeiros três trimestres de 2025.
Este marco é significativo, pois demonstra que, apesar das limitações no mercado de smartphones, a divisão de acessórios da Huawei continua a inovar e a conquistar consumidores fora e dentro da China, impulsionada por um portefólio diversificado que vai do luxo à saúde especializada.

Os números da liderança: Huawei no topo do mundo
O relatório da IDC pinta um cenário de mudança de poder. Nos primeiros nove meses do ano, a tabela global ficou ordenada da seguinte forma:
- Huawei: Lidera com 28.6 milhões de unidades enviadas e uma quota de mercado de 18.6%. O crescimento anual foi de uns robustos 21.6%.
- Xiaomi: Segue muito perto na segunda posição, com 27.9 milhões de unidades e 18.1% de quota. É de notar que a Xiaomi é a marca com o crescimento mais rápido do grupo.
- Apple: A gigante de Cupertino caiu para a terceira posição globalmente, sentindo a pressão das rivais chinesas que oferecem ciclos de bateria mais longos e preços mais competitivos.
- Samsung: Segue mais atrás, com 11.8 milhões de unidades e 7.6% de quota.
O segredo do sucesso: Luxo, Saúde e HarmonyOS
O que está a impulsionar este crescimento da Huawei? A resposta não é um único produto, mas sim uma estratégia de “ataque total” em todos os segmentos de preço.
- Segmento Premium: Modelos de luxo e aventura como o Watch Ultimate 2 e a série GT 6 capturaram o público que procura materiais nobres e baterias que duram semanas.
- Saúde Especializada: O Watch D2, com a sua capacidade única de monitorizar a pressão arterial com uma braçadeira insuflável, abriu portas num nicho de saúde que a Apple e a Samsung ainda não exploraram totalmente.
- Entrada de Gama: As séries FIT continuam a garantir volume de vendas entre os utilizadores mais jovens ou focados no fitness casual.
A isto junta-se o HarmonyOS 6.0, que trouxe uma experiência de utilização mais fluida e integrada, convencendo os utilizadores de que o ecossistema da Huawei é viável e atraente.
Domínio absoluto na China
Se a liderança global é renhida, no mercado doméstico a Huawei joga noutra liga. Na China, a marca detém uns esmagadores 35.5% de quota de mercado (com 20.8 milhões de unidades vendidas), deixando a Xiaomi em segundo lugar (27.2%) e empurrando a Apple para um distante quarto lugar.
Estes dados confirmam que a aposta da Huawei nos wearables foi a estratégia certa para manter a marca relevante e lucrativa enquanto reconstruía o seu negócio de smartphones. Com o mercado a entrar numa fase de “competição de valor”, a capacidade da Huawei de oferecer hardware de topo a preços competitivos parece ser a fórmula vencedora para 2026.
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