A Huawei não se limitou a apresentar smartphones no seu último evento. A gigante chinesa decidiu explorar o lado mais suave da tecnologia com o lançamento do Smart Hanhan, um pequeno “animal de estimação” virtual revestido a pelúcia e silicone que está a conquistar o mercado chinês.
Apresentado com um preço acessível de 399 yuans (cerca de 48 euros), este gadget não é apenas um brinquedo; é uma experiência de “IA emocional” desenhada para oferecer companheirismo. A prova do seu apelo? As três variantes de cor esgotaram quase imediatamente após serem colocadas à venda.

Mais do que um brinquedo: um amigo com IA
O Smart Hanhan distingue-se dos brinquedos eletrónicos tradicionais pelo seu “cérebro”. Equipado com o modelo de IA Xiaoyi da Huawei, o dispositivo é capaz de interpretar emoções, variações de tom de voz e o contexto das conversas.
O objetivo é que a interação não pareça robotizada. O boneco reage de forma personalizada:
- Ao Toque: Carinhos na cabeça mudam a sua expressão facial.
- Ao Movimento: Um pequeno abanão pode deixá-lo entusiasmado.
- À Voz: Responde e conversa, adaptando-se ao estado de espírito do utilizador.
Com apenas 140 gramas e um design compacto que mistura a estética dos populares bonecos “Labubu” com tecnologia, o Hanhan foi pensado para estar sempre por perto.

Memórias partilhadas no HarmonyOS
A integração com o ecossistema da Huawei é profunda. Compatível com dispositivos que correm HarmonyOS 5.0 ou superior (como o novo Mate 80), o Hanhan não se limita a reagir no momento.
Quando ligado ao smartphone, o boneco cria um “diário de interações”. Regista as emoções do dia, as conversas tidas e momentos específicos, construindo uma espécie de memória partilhada entre o utilizador e o seu pet virtual.
A autonomia é garantida por uma bateria de 1800 mAh, que oferece entre 6 a 8 horas de interação contínua ou até dois dias de uso moderado, embora o tempo de recarga de seis horas seja um ponto menos positivo.

Um mercado sedento por afeto digital?
O sucesso instantâneo do Smart Hanhan sinaliza uma tendência interessante. Enquanto a maioria da indústria foca a IA na produtividade e no trabalho, a Huawei encontrou um nicho no bem-estar emocional.
Num mundo cada vez mais digital e por vezes solitário, a ideia de um dispositivo que “ouve” e reage com empatia simulada parece ter tocado numa corda sensível dos consumidores. Resta saber se este conceito será exportado para o ocidente ou se continuará a ser um fenómeno exclusivo da China.
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