A Apple planeia adquirir mais de 19 mil milhões de semicondutores provenientes dos Estados Unidos em 2025. Esta medida insere-se numa reconfiguração da cadeia de abastecimento da empresa tecnológica, que procura diminuir a sua dependência da China.
Paralelamente, a empresa direciona esforços para consolidar a Índia como um local central na produção dos seus iPhones. A expansão das instalações da Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) no Arizona, EUA, para seis unidades, foi sublinhada pelo diretor executivo da Apple, Tim Cook, como um fator relevante nesta estratégia (Fonte: Bloomberg).
Produção nos EUA ganha força
A aposta nos componentes norte-americanos vai além dos planos para 2025. Ainda este ano, a Apple irá receber dezenas de milhões de processadores da nova fábrica da TSMC no Arizona. Esta unidade já iniciou a produção de processadores para modelos de iPad e Apple Watch de gamas inferiores, de acordo com a Bloomberg. A empresa também obtém vidro para os ecrãs do iPhone nos EUA, possivelmente da Corning, segundo declarações de Cook.
Estes investimentos da Apple e da TSMC nos EUA alinham-se com os objetivos da administração norte-americana para impulsionar a produção industrial doméstica. A empresa anunciou ainda, em fevereiro de 2025, um investimento de 500 mil milhões de dólares nos EUA para os próximos quatro anos, que inclui a produção de servidores para inteligência artificial no Texas.
Índia como centro de fabrico da Apple
A Índia assume um papel crescente na estrutura produtiva da Apple. Cook indicou planos para fabricar a maioria dos iPhones destinados ao mercado norte-americano na Índia, reduzindo a produção na China. Esta mudança ocorre num contexto de potenciais tarifas retaliatórias sobre produtos chineses.

Atualmente, um em cada cinco iPhones é produzido na Índia. A Apple pretende que a maioria dos iPhones importados para os EUA provenha daquele país até ao final de 2026. Cook justificou a diversificação geográfica da cadeia de abastecimento como uma medida de gestão de risco, afirmando que concentrar toda a produção num único local representava um risco excessivo (Fonte: Bloomberg). Apesar de apelos para que a Apple inicie a construção de dispositivos nos EUA, tal cenário em larga escala não é considerado provável a curto prazo.
Contexto financeiro e comercial
A reorientação da cadeia de abastecimento decorre enquanto a Apple mantém um bom desempenho financeiro. No segundo trimestre fiscal, terminado a 29 de março de 2025, a empresa registou uma receita de 95,4 mil milhões de dólares, um aumento de 5% face ao período homólogo.
O lucro por ação diluído foi de 1,65 dólares, representando uma subida de 8%. Relativamente ao impacto de eventuais tarifas sobre a eletrónica de consumo, Cook mencionou ser difícil fazer previsões para além de junho de 2025. Atualmente, alguns produtos eletrónicos, como o iPhone, estão isentos das tarifas aplicadas a importações chinesas pelos EUA.
Conclusão
A Apple avança com uma diversificação da sua cadeia de abastecimento global, aumentando a aquisição de componentes, nomeadamente semicondutores, nos Estados Unidos e transferindo uma parte significativa da produção de iPhones para a Índia.
Esta estratégia, que envolve parceiros como a TSMC e investimentos substanciais nos EUA, visa mitigar riscos e adaptar-se ao contexto geopolítico e comercial, enquanto a empresa mantém resultados financeiros positivos.
Fonte: GlobalData
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