Se tens um smartphone Pixel, este filme já te é familiar. A Google lança um novo modelo com uma funcionalidade de software anunciada como “exclusiva”, gerando entusiasmo e justificando o upgrade. Meses mais tarde, quase em segredo, essa mesma funcionalidade começa a aparecer magicamente em modelos mais antigos. Aconteceu outra vez: a função “Connected Cameras”, uma das estrelas do Pixel 9, já está a ser disponibilizada para os Pixel 8, Pixel 7 e até para o Pixel 6a.
Para os recém-chegados ao ecossistema da Google, pode parecer estranho. Para os fãs de longa data, é apenas a Google a ser a Google – e é uma das razões pelas quais a sua lealdade se mantém.

O que faz a nova funcionalidade ‘Connected Cameras’?
Em poucas palavras, esta ferramenta permite-te transformar outro smartphone Pixel ou uma GoPro numa câmara remota para as tuas transmissões ao vivo. Imagina que estás a fazer um direto e queres mostrar um segundo ângulo sem interromper a emissão. Com o “Connected Cameras”, podes alternar entre a câmara do teu smartphone principal e a câmara remota em tempo real, diretamente a partir da aplicação que estás a usar, seja o YouTube, TikTok, Instagram ou Facebook.
É uma solução engenhosa, ideal para criadores de conteúdo que querem um sistema multicâmara sem gastar uma fortuna em equipamento. A opção está a surgir silenciosamente nas definições de vários utilizadores, apesar de a página de suporte oficial da Google ainda a listar como exclusiva do Pixel 9.
Uma história que se repete (e que os utilizadores agradecem)
Esta estratégia de lançar uma funcionalidade como exclusiva para depois a disponibilizar em modelos mais antigos não é novidade no universo Pixel. Aliás, é uma das suas imagens de marca. Lembram-se do modo Noite (Night Sight), que mudou as regras da fotografia com pouca luz e que começou como uma joia do Pixel 3? Ou do Atendimento de Chamadas (Call Screen), o assistente que lida com chamadas de spam por ti?
A lista é longa e inclui ferramentas como o Magic Editor, o modo de Astrofotografia e as Legendas Instantâneas. Todas elas foram apresentadas como argumentos de venda para os modelos mais recentes, mas acabaram, mais tarde ou mais cedo, por chegar a dispositivos mais antigos através de uma simples atualização.
O que à primeira vista parece uma tática de marketing para impulsionar as vendas do novo hardware, tornou-se, na prática, um dos benefícios mais apreciados de se ter um Pixel. É uma forma de a Google recompensar os seus utilizadores, garantindo que mesmo quem não compra o último modelo todos os anos continua a receber as melhores inovações de software.
No final, é um “segredo” que a Google não faz muita questão de guardar, e que os donos de um Pixel já aprenderam a esperar com um sorriso.
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