Enquanto todos os olhos dos fãs de tecnologia estão postos no aguardado lançamento da futura série topo de gama, a Huawei Mate 80, a empresa parece estar a preparar uma surpresa que nos faz olhar para trás. Novos rumores, vindos da rede social chinesa Weibo, indicam que a Huawei está prestes a lançar uma nova “Edição Premium” do seu smartphone do ano passado, o Huawei Mate 70.
O mais curioso desta história? Ao contrário do que o nome “Premium” poderia sugerir, esta não será uma versão mais potente ou mais cara. Pelo contrário, tudo aponta para que seja um modelo mais acessível, com um processador ligeiramente diferente, numa estratégia que, embora confusa à primeira vista, revela muito sobre a forma como a Huawei está a navegar o complexo mercado de semicondutores.
O que é este novo “Mate 70 Premium”?
Segundo a fuga de informação, este novo dispositivo poderá ficar disponível para pré-reserva já amanhã, 14 de outubro, com uma data de venda a apontar para o dia 20 de outubro.
Esta não seria a primeira vez que a Huawei lança uma “Edição Premium” de um modelo já existente. A empresa já o fez com o Mate 70 Pro, lançando uma variante com um processador Kirin ligeiramente diferente, mas com um desempenho quase indistinguível do original. Agora, parece estar a repetir a fórmula com o modelo base da linha.
A expectativa é que as únicas diferenças entre este novo Mate 70 Premium e o Mate 70 original sejam duas: o preço (mais baixo) e o processador. Todas as outras características – design, ecrã, câmaras, bateria – deverão manter-se exatamente as mesmas.

O puzzle dos processadores Kirin
A grande questão é qual será o “coração” desta nova versão. Os rumores apontam para duas possibilidades: o Kirin 9010S ou o mais recente Kirin 9010B (que já equipa uma versão do MatePad Mini).
Esta proliferação de variantes de processadores Kirin com nomes semelhantes é um reflexo direto da realidade pós-sanções da Huawei. Impedida de aceder às fábricas de semicondutores mais avançadas do mundo de forma consistente, a empresa tem de otimizar a sua produção interna. A criação destes chips com pequenas variações pode ser uma forma de aproveitar ao máximo a sua capacidade de fabrico, utilizando diferentes lotes de produção para alimentar diferentes dispositivos, garantindo assim um fluxo constante de produtos para o mercado. Para o consumidor, a diferença de desempenho entre estas variantes deverá ser, mais uma vez, negligenciável.
A estranha estratégia de marketing da Huawei
Mas porque é que a Huawei lançaria uma versão mais barata de um smartphone antigo e lhe chamaria “Premium”? A resposta está provavelmente numa combinação de fatores.
- Gestão da cadeia de fornecimento: Como referido, é uma forma de escoar e rentabilizar a sua produção de processadores.
- Extensão do ciclo de vida: Em vez de simplesmente baixar o preço do Mate 70 original, o lançamento de uma “nova” edição gera mediatismo, volta a colocar o produto nas notícias e atrai um novo segmento de consumidores que procurava um dispositivo de topo, mas a um preço mais acessível.
- Marketing para o mercado chinês: O termo “Premium Edition” pode ter uma conotação diferente no mercado chinês, não significando necessariamente “mais caro”, mas talvez “edição especial” ou “nova versão”, o que serve para criar um novo momento de venda.
Um final de ano em grande para a Huawei
É importante contextualizar este lançamento. O Mate 70 Premium não é o próximo grande topo de gama da Huawei. É uma jogada tática para preencher um espaço no mercado enquanto a empresa prepara os seus verdadeiros trunfos para o final do ano: a muito aguardada série Mate 80 e a renovação da sua popular gama média, a série Nova 15.
Ainda assim, para os consumidores que não fazem questão de ter o último grito da tecnologia, mas que procuram a qualidade de construção e a experiência de um topo de gama da Huawei a um preço mais convidativo, este confuso, mas interessante, Mate 70 Premium pode ser uma excelente oportunidade.
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