No mundo da tecnologia, as inimizades raramente duram para sempre quando há dinheiro a ganhar. A Samsung, que passou o último ano numa azeda disputa de patentes com a fabricante chinesa BOE, parece estar pronta para virar a página. Novos relatórios indicam que as duas empresas estão a negociar um reatamento da sua parceria, o que poderá significar o regresso dos ecrãs BOE aos smartphones Galaxy e às televisões da marca.
Este movimento, impulsionado pela necessidade de reduzir custos face à escassez global de componentes, marca uma mudança pragmática na estratégia da Samsung, que poderá voltar a confiar num dos seus maiores rivais (a BOE fornece ecrãs a marcas como a Huawei e a Apple) para manter a sua cadeia de fornecimento a funcionar.

O encontro de titãs: Samsung e BOE à mesa
A notícia surge após reuniões de alto nível entre executivos das duas empresas, incluindo o presidente da BOE, Chen Yanshun, e o chefe da divisão móvel da Samsung, TM Roh.
As discussões, segundo fontes da indústria, focaram-se em dois tipos de produtos:
- Ecrãs OLED pequenos: Para smartphones Galaxy.
- Painéis LCD grandes: Para as Smart TVs da Samsung.
O fim do “gelo” e a ambição da BOE
A relação entre as duas empresas azedou em 2024 devido a processos judiciais sobre patentes, o que levou a Samsung a cortar drasticamente as encomendas à BOE (de 10 milhões de painéis de TV para cerca de 1 milhão) e a virar-se para outros fornecedores chineses como a Tianma.
Agora, a BOE quer recuperar o seu lugar. A empresa não se contenta apenas com os modelos de entrada de gama; está interessada em fornecer painéis OLED até para os modelos de topo da Samsung. Se a Samsung aceitar, seria uma validação enorme da qualidade da BOE, que já fornece ecrãs para alguns iPhones.
O timing é tudo. A indústria enfrenta uma escassez global de memória RAM que está a fazer disparar os custos de produção. Para não ter de aumentar o preço dos seus telemóveis, a Samsung precisa de cortar custos noutras áreas. Diversificar os fornecedores de ecrãs e renegociar com a BOE pode ser a solução para manter os preços competitivos em 2026.
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