A era do smartphone e das aplicações, tal como a conhecemos, tem os dias contados. Esta é a visão ousada de Panos Panay, o líder da divisão de dispositivos e serviços da Amazon. Numa intervenção na conferência Fortune Brainstorm AI, o executivo desenhou um futuro onde a tecnologia deixa de estar presa a um retângulo de vidro para se tornar omnipresente e invisível.
A mudança, segundo Panay, será impulsionada não só pela evolução da Inteligência Artificial generativa, mas sobretudo por uma mudança cultural nas gerações mais novas.

O cansaço do “Doom Scrolling”
O executivo tocou num ponto sensível: a fadiga digital. “Há toda uma geração mais jovem a chegar que, penso eu, em algum momento se vai cansar de fazer ‘doom scrolling'”, afirmou. A previsão é que a Geração Z e as seguintes rejeitem a passividade viciante dos feeds infinitos em favor de uma tecnologia mais proativa.
Em vez de mergulharem num ecrã para procurar informação ou conexão, estes utilizadores vão exigir que a tecnologia venha ter com eles. “Vão pensar de forma diferente”, explicou Panay. O objetivo deixa de ser ter uma app para tudo e passa a ser ter dispositivos “nos bolsos, nos corpos, nas casas” que estão sempre prontos e conectados de forma fluida.
A busca pelo dispositivo perfeito
Se o smartphone morre, o que o substitui? A resposta da Amazon parece residir na “IA ambiente”. Panay sugere um futuro onde “vais querer o teu assistente contigo onde quer que vás”, mas admite que o hardware atual ainda não chegou lá.
O executivo confessou que ainda não vimos o dispositivo capaz de desbloquear o verdadeiro potencial da IA generativa, mas deixou um aviso à concorrência: a Amazon tem “um laboratório cheio de ideias”. Isto sinaliza que a empresa, criadora da Alexa, está a investir forte em novos formatos – possivelmente wearables ou interfaces de áudio avançadas – que permitam essa interação sem fricção, preparando-se para um mundo onde o smartphone deixa de ser o centro do nosso universo digital.
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