TecheNet
  • Mobile
    • APPLE
    • APPS
    • GOOGLE
    • HUAWEI
    • ONEPLUS
    • SAMSUNG
    • XIAOMI
  • Tech
    • AUTOMÓVEIS
    • MOBILIDADE ELÉTRICA
    • IMAGEM & SOM
    • ENTREVISTAS
  • Gaming
  • IA
  • Opinião
  • Segurança
  • Negócios
    • EMPRESAS
    • CRIPTOMOEDAS
    • MARKETING
  • Mais
    • ARTE E CULTURA
    • DICAS
    • LIFESTYLE
    • DIREITOS COM CAUSA
    • INTERNET
    • GUIAS
    • PROMOÇÕES
    • REVIEWS
    • SUSTENTABILIDADE
    • TUTORIAIS
Sem resultados
Ver todos os resultados
TecheNet
Sem resultados
Ver todos os resultados

Na contramão: como o fluxo do Rio Amazonas se inverteu

Luiz Guilherme Trevisan Gomes por Luiz Guilherme Trevisan Gomes
16/07/2014
Em Ciência
180º: o amazonas nem sempre correu para o leste. De fato, registros geológicos sugerem que a água do norte da américa do sul desembocava em grandes lagos e, posteriormente, no mar do caribe. Imagem: jasse allen; nasa; university of maryland; wwf
180º: o amazonas nem sempre correu para o leste. De fato, registros geológicos sugerem que a água do norte da américa do sul desembocava em grandes lagos e, posteriormente, no mar do caribe. Imagem: jasse allen; nasa; university of maryland; wwf

Há milhões de anos, no época geológica do Mioceno, os sistemas fluviais da região que hoje compreende o norte do Brasil corriam em direção a bacias hidrográficas localizadas aos pés dos Andes, e ao norte, para o Caribe. Ao final da mesma época, no entanto, as águas deram a volta, passando a correr em direção ao leste — e criando o Rio Amazonas que conhecemos, que conecta os Andes à margem equatorial do Oceano Atlântico.

Estudos haviam proposto que a mudança repentina de trajeto teria sido provocada por alterações graduais no fluxo de metal derretido situado abaixo da América do Sul. Agora, um novo modelo sugere que mecanismos mais familiares, como erosão, transporte e deposição de sedimentos da Cordilheira dos Andes tenham sido responsáveis pela reversão do fluxo da água no norte do subcontinente.

Apesar de a porção central da cordilheira ter começado a se erguer há cerca de 65 milhões de anos, a porção norte dos Andes deu início à sua escalada alguns milhões de anos depois, de acordo com o geofísico Victor Sacek, da Universidade de São Paulo. Em artigo publicado online no periódico Earth and Planetary Science Letters, o pesquisador descreve os resultados da simulação de computador idealizada por ele, demonstrando a evolução do terreno sul-americano nos últimos 40 milhões de anos (depois, portanto, que a região central dos Andes se elevou, mas antes da elevação do norte da cadeia montanhosa) com base na interação entre o clima, o crescimento dos Andes e alterações na crosta continental.

Ladeira abaixo

Previamente ao trabalho de Sacek, pesquisas de campo propuseram que o Rio Amazonas não ganhou seu formato atual até cerca de 10 milhões de anos atrás. Antes disso, a água das chuvas da região norte do Brasil escoava em direção a imensos lagos formados à beira da Cordilheira dos Andes e, então, dirigia-se ao norte, para o Mar do Caribe. Para Sacek, tais lagos foram originados de uma depressão geológica, por sua vez, fruto da ação do peso da própria cordilheira sobre a crosta terrestre. Porém, aos poucos a região mais baixa se elevou, e os lagos deram lugar a uma vasta região pantanosa  — o sistema Pebas (cuja área, estimou o estudo, seria equivalente à do Egito ou maior).

Em seguida, a paulatina ascensão do terreno eliminou também essa região pantanosa e mudou o curso dos corpos d’água da região. Sacek e outros pesquisadores apostaram na erosão dos Andes (por exemplo, a chuva capturada pela cadeia montanhosa em processo de elevação) como culpada pela transformação da bacia hidrográfica, e o modelo recentemente desenvolvido pelo cientista brasileiro buscou capturar a evidência encontrada nos registros geológicos.

Assim, após a pressão imposta pelos Andes sobre a crosta formar uma depressão de forma mais rápida do que os sedimentos poderiam preenchê-la, o acúmulo de material trazido da cordilheira pela ação do clima lentamente reergueu o terreno, até o ponto em que este se tornou mais elevado do que a porção leste da bacia amazônica, criando (ao redor de 10 milhões de anos atrás) um declive que se estende dos Andes ao Atlântico.

Jean Braun, geofísico da Universidade Joseph Fourier em Grenoble, França, ressalta a exatidão temporal com que o modelo de Sacek explica a evolução geológica da região amazônica. Para Braun, os processos de erosão e sedimentação inseridos na simulação representam o registro geológico observado: no modelo, a quantidade de sedimentos depositada na foz do Amazonas deveria aumentar com o tempo, algo realmente verificado em cilindros de sedimentos extraídos do local. A taxa crescente de acúmulo de sedimentos pode derivar tanto do longo tempo necessário para que o material se desloque pelo subcontinente (“pulando” de um ponto a outro, até que a erosão o carregue novamente), tanto por uma erosão maior dos Andes causada pelas glaciações que tiveram início há cerca de 2,4 milhões de anos, sugere a geóloga Carina Hoorn, da Universidade de Amsterdã.

Sacek lamenta que seu modelo não seja completamente capaz de reproduzir a evolução espacial do sistema Pebas, a região alagada que precedeu o surgimento do Rio Amazonas. Para tanto, talvez seja necessário incluir alguma influência dos movimentos ocorridos no manto terrestre em futuras simulações, pondera, para que os resultados do modelo correspondam com maior eficácia aos dados geológicos desse sistema. Entretanto, alterações no manto são “difíceis de quantificar e ainda mais difíceis de discernir” no mundo real, diz Braun, o que leva um problema de como inserir tais alterações em um programa de computador.

Make-it-clear-brasilMake It Clear Brasil

Um apoio ao livre pensamento e a um entendimento do mundo baseado em evidências

Tags: águaAmérica do SulAndesbacia hidrográficaerosãoRio Amazonas
PartilhaTweetEnvia
Luiz Guilherme Trevisan Gomes

Luiz Guilherme Trevisan Gomes

é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e trabalha como consultor financeiro na Valore Brasil - Controladoria de Resultados. Atualmente, cursa o MBA em Controladoria e Finanças na Universidade de São Paulo (USP). Entusiasta da razão e da ciência, fundou o espaço de divulgação científica Make It Clear Brasil, em 2013.

Artigos relacionados

Ariane 6
Espaço

Lançamento crucial: foguetão europeu Ariane 6 coloca satélite de observação em órbita

05/11/2025
Spacex lança mais 28 satélites starlink
Espaço

Starship tem um voo de sucesso, mas a corrida à Lua está tremida

14/10/2025
Voo de teste da starship
Espaço

À quarta foi de vez: Starship da SpaceX completa missão histórica

27/08/2025
Terapias de próxima geração para as tses: alvejando o caminho dos priões com tecnologia
Ciência

Terapias de Próxima Geração para as TSEs: Alvejando o Caminho dos Priões com Tecnologia

26/06/2025
Starship 39 - spacex
Espaço

Explosão da Starship 36 da SpaceX durante teste abala planos para próximo voo

19/06/2025
Spacex lança mais 26 satélites para a rede starlink
Espaço

SpaceX lança mais 26 satélites para a rede Starlink

13/06/2025

Comentários

Últimas notícias

Deepseek ai

DeepSeek volta a atacar: novos modelos desafiam o GPT-5 e o Gemini 3 com “eficiência”

04/12/2025
Capcom resident evil requiem

Resident Evil Requiem: gameplay de combate revelado na TV japonesa

04/12/2025
Metroid prime 4

Metroid Prime 4 chegou: a despedida perfeita para a era da Nintendo Switch

04/12/2025
QNAP

Salários de 5.000€: a armadilha da Dark Web para jovens

Google Photos ganha retoque facial: mudar dentes e olhos chega em breve

QNAP e V-Valley Portugal assinam acordo para o mercado Enterprise

Honor quebra o silêncio: “Nenhum smartwatch mede a temperatura do corpo com precisão”

Amazfit T-Rex 3 Pro recebe atualização: BioCharge e navegação renovados

iPhone 17e: o modelo ‘barato’ ganha Ilha Dinâmica e ecrã OLED

Cloudflare trava o maior ataque DDoS da história da Internet

Samsung marca encontro para 4 de janeiro: IA e o TriFold global abrem a CES 2026

Infinix Note 60 Ultra: o primeiro ‘smartphone’ desenhado pela lendária Pininfarina

Google Discover usa IA para reescrever títulos e o resultado é desastroso

Motorola Edge 70 Ultra: imagens revelam novo design e um botão misterioso para IA

nubia Flip3 oficial: ecrã exterior gigante num dobrável que quer ser acessível

Android 16 devolve funcionalidade aos Google Pixel: desbloqueio com ecrã desligado

Samsung confirma Exynos 2600 com vídeo ao estilo ‘Stranger Things’

Huawei destrona Apple na China: vendas de tablets disparam e iPad entra em queda livre

QNAP lança QuTS hero h6.0 Beta com foco em IA local e alta disponibilidade

Samsung garante metade dos chips de memória da próxima geração da Nvidia

Techenet LOGO
  • Quem somos
  • Fale connosco, envie a sua pergunta aqui
  • Termos e condições
  • Política de comentários
  • Política de Privacidade
  • Política de Cookies
Sem resultados
Ver todos os resultados
  • Mobile
    • APPLE
    • APPS
    • GOOGLE
    • HUAWEI
    • ONEPLUS
    • SAMSUNG
    • XIAOMI
  • Tech
    • AUTOMÓVEIS
    • MOBILIDADE ELÉTRICA
    • IMAGEM & SOM
    • ENTREVISTAS
  • Gaming
  • IA
  • Opinião
  • Segurança
  • Negócios
    • EMPRESAS
    • CRIPTOMOEDAS
    • MARKETING
  • Mais
    • ARTE E CULTURA
    • DICAS
    • LIFESTYLE
    • DIREITOS COM CAUSA
    • INTERNET
    • GUIAS
    • PROMOÇÕES
    • REVIEWS
    • SUSTENTABILIDADE
    • TUTORIAIS

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.