A gigante sul-coreana Samsung Electronics enfrenta uma das maiores crises da sua história, com funcionários atuais e antigos colaboradores a expressarem preocupações sérias sobre o rumo da empresa. Os problemas são particularmente evidentes na divisão Samsung Foundry, responsável pela produção de semicondutores.
Problemas de produção afetam novo processador
A Samsung está a enfrentar dificuldades significativas com a produção dos seus processadores de 3 nanómetros GAA, fundamentais para o desenvolvimento do próximo Exynos 2500. Os números são alarmantes: de cada 100 processadores fabricados, apenas 25 a 30 unidades são consideradas utilizáveis. Em alguns casos, a taxa de aproveitamento chegou a cair para uns meros 10%, um valor extremamente baixo para os padrões da indústria.
Esta situação coloca em risco os planos da empresa para a série Galaxy S25. Apesar de continuar a testar o Exynos 2500, a Samsung poderá ser forçada a recorrer ao mais dispendioso Snapdragon 8 Elite como alternativa, caso não consiga resolver os problemas de produção atempadamente.
A pressão sobre a divisão de semicondutores aumentou significativamente após os fracos resultados financeiros apresentados este mês, levando os representantes da empresa a pedirem desculpa aos investidores.
Funcionários apontam falta de visão estratégica
Um antigo funcionário da Samsung, agora a trabalhar na Qualcomm nos Estados Unidos, partilhou um vídeo revelador com testemunhos de 24 funcionários atuais e sete antigos colaboradores. As opiniões são unânimes: a Samsung atravessa uma crise sem precedentes.
Os principais problemas apontados focam-se na lentidão do processo de inovação e numa aparente falta de visão por parte da administração. Alguns funcionários chegaram mesmo a expressar preocupações sobre a forma como são tratados pela gestão da empresa.
Estratégia de recuperação em desenvolvimento
Face à crescente pressão, a Samsung Electronics já começou a delinear uma estratégia para inverter a situação. A empresa promete apostar mais fortemente na inovação e no desenvolvimento de soluções a longo prazo, embora não tenha ainda apresentado medidas concretas.
Como parte destes esforços, a divisão móvel da Samsung lançou recentemente uma edição especial do Galaxy Z Fold, numa tentativa de competir com os smartphones dobráveis ultrafinos das marcas chinesas que têm vindo a ganhar quota de mercado.
A situação é particularmente delicada para a Samsung, que tem visto a sua posição de liderança em vários segmentos do mercado ser cada vez mais ameaçada pela concorrência. A capacidade da empresa para ultrapassar esta crise será crucial para manter a sua relevância no competitivo mercado tecnológico.
Os próximos meses serão determinantes para perceber se as medidas anunciadas serão suficientes para resolver os problemas estruturais identificados pelos funcionários e melhorar os indicadores de produção da divisão de semicondutores.
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