O YouTube começou a implementar nos Estados Unidos um novo sistema de proteção para adolescentes, recorrendo à inteligência artificial para identificar e proteger utilizadores com menos de 18 anos. Esta medida pode alterar de forma significativa a experiência dos mais jovens na plataforma e abre caminho para mudanças mais amplas no ecossistema Google.
A grande novidade é o uso de machine learning para estimar a idade dos utilizadores. O sistema analisa pesquisas, tipos de vídeos visualizados e até a antiguidade da conta para tentar perceber se alguém é menor de idade, mesmo quando não há uma confirmação explícita da data de nascimento. Caso o algoritmo identifique um perfil como sendo de um adolescente, são aplicadas automaticamente restrições que vão desde o bloqueio de anúncios personalizados até à limitação de conteúdos repetitivos.
Além disso, são ativadas ferramentas de bem-estar digital, desenhadas para ajudar os mais novos a terem uma relação mais saudável com a plataforma. Se algum utilizador for sinalizado de forma errada, terá de comprovar a idade através de cartão de crédito ou documento oficial.

Mais uma camada de proteção para os mais novos
Estas novidades não surgem do nada. O YouTube já tinha lançado o YouTube Kids, contas supervisionadas e, mais recentemente, aumentou a idade mínima para transmissões em direto de 13 para 16 anos. O novo sistema de IA vem reforçar esta estratégia, garantindo que a plataforma se adapta a um público mais jovem mas também mais vulnerável.
Neste momento, apenas um grupo restrito de utilizadores nos EUA vai sentir a diferença. O YouTube pretende monitorizar o impacto da medida antes de a expandir para outros mercados. Esta abordagem segue uma tendência mais ampla dentro do Google, que está a implementar sistemas semelhantes de deteção de idade em outros serviços.
Mudanças nas regras de monetização para criadores
Enquanto reforça a proteção dos adolescentes, o YouTube também decidiu mexer nas regras para quem cria conteúdos. A plataforma passou a permitir que vídeos com linguagem moderada ou forte nos primeiros sete segundos não percam imediatamente a possibilidade de gerar receitas com anúncios. Isto significa que, desde que o uso de palavrões não seja excessivo, os criadores não serão penalizados de forma automática.
No entanto, a política mantém-se rígida em relação a títulos de vídeos com linguagem imprópria ou com uso muito frequente de palavrões ao longo do conteúdo. Nesses casos, a monetização continua a ser bloqueada.
O que muda para ti?
Se fores adolescente ou tens filhos nessa faixa etária, é provável que comeces a notar diferenças na experiência do YouTube, especialmente se a tua conta for identificada como menor de idade. As principais mudanças incluem:
- Fim dos anúncios personalizados
- Restrições em conteúdos repetitivos
- Ativação automática de ferramentas de bem-estar digital
Para os criadores de conteúdo, há agora mais flexibilidade na forma como abordam certos temas sem receio de perder receitas, desde que respeitem os limites definidos.
Estas alterações mostram que o YouTube está a apostar numa experiência mais segura e equilibrada para todos, recorrendo à inteligência artificial não só para proteger, mas também para adaptar a plataforma às necessidades de diferentes públicos.
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