Parece mentira, mas é verdade: após 15 longos anos de espera, de queixas e de soluções improvisadas, o Instagram lançou finalmente uma aplicação oficial para o iPad. Acabaram-se os dias de usar uma versão esticada e pixelizada da app do iPhone. A Meta decidiu, finalmente, dar aos utilizadores de tablet a experiência que merecem, numa mudança de estratégia que, embora tardia, é mais do que bem-vinda.
A nova aplicação não é apenas um remendo. Foi pensada de raiz para os ecrãs maiores, com um foco claro no consumo de vídeo e uma interface que aproveita o espaço extra de forma inteligente. A grande questão que fica no ar é: porque demorou tanto tempo?
Uma experiência finalmente otimizada para tablets
Se tens um iPad, sabes bem o quão frustrante era usar o Instagram. A nova aplicação vem resolver isso. Em vez de te atirar para o feed de fotos, a primeira coisa que vês ao abrir a app são os Reels, deixando claro que a aposta da Meta é que uses o teu tablet para te recostares e veres vídeos.
Mas as melhorias não se ficam por aqui. A interface foi redesenhada para ser mais funcional. Quando estás a ver um Reel, os comentários aparecem ao lado, sem que o vídeo fique mais pequeno. Nas mensagens diretas, a tua caixa de entrada mantém-se à esquerda enquanto lês as conversas à direita, num formato de dois painéis que faz todo o sentido num ecrã maior. É o tipo de funcionalidade que já devia existir há anos.

O estranho caso da Meta e o desprezo pelos iPads
Esta demora inexplicável não é um caso único. A Meta seguiu exatamente o mesmo padrão com o WhatsApp, que só recebeu uma aplicação decente para iPad em maio deste ano, também após uma década de espera. Parece haver uma estranha resistência da empresa em apostar nos tablets da Apple.
Durante anos, o líder do Instagram, Adam Mosseri, deu várias desculpas para a ausência de uma app para iPad. Em 2021, disse que “seria bom fazer”, mas que não era uma prioridade. Em 2022, insistiu que não havia um número suficiente de utilizadores de iPad para justificar o investimento. Curiosamente, enquanto o Instagram hesitava, o TikTok conquistava o mercado dos tablets, oferecendo uma experiência de vídeo fluida e otimizada.
O que mudou para a Meta acordar agora?
A resposta, muito provavelmente, está na concorrência. Com o TikTok a dominar o consumo de vídeo nos tablets, a Meta percebeu que não se pode dar ao luxo de ignorar esta plataforma. A aposta da empresa nos Reels como resposta direta ao TikTok tornou a existência de uma boa experiência em ecrãs grandes uma necessidade de negócio.
Além disso, os iPads são cada vez mais utilizados como ferramentas de trabalho e criação de conteúdo. Para uma plataforma visual como o Instagram, ignorar os dispositivos que muitos criadores usam para editar as suas fotos e vídeos já não fazia sentido. A nova aplicação, disponível para todos os iPads com iPadOS 15.1 ou posterior, chega tarde, mas chega em boa hora. Resta saber se conseguirá recuperar o tempo perdido.
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