A LTPlabs – a maior consultora portuguesa de gestão a usar IA nas suas recomendações aos clientes – lançou recentemente a 1.ª edição do SHAPERS. Trata-se de um programa que prevê a contratação de 30 colaboradores até outubro, cujas candidaturas estão disponíveis até finais de setembro. Perfis híbridos, que conciliem gestão e tecnologia, são o público-alvo. Iniciativa será para continuar nos próximos anos.
Numa entrevista exclusiva, Inês Vasconcelos, Diretora de Recursos Humanos da LTPlabs, revela os detalhes e a ambição do novo programa de recrutamento da consultora.

1. A LTPlabs acabou de lançar a 1.ª edição do SHAPERS. Em que consiste este programa de recrutamento e quais os objetivos?
O SHAPERS é o programa de recrutamento e integração da LTPlabs. Em essência, é a forma como estruturamos e comunicamos a nossa proposta de valor para candidatos e futuros LTPeers. Combina formações, experiências práticas em equipas multidisciplinares e uma forte componente social e cultural — reforçada pela entrada em grupo, que cria dinâmicas de equipa desde o primeiro dia e traduz a identidade única da LTP.
Os principais objetivos passam por aumentar a visibilidade da nossa marca e atrair um número significativo de candidatos qualificados, de modo a concretizarmos as 30 contratações previstas para esta primeira edição.
2. Que tipo de perfis pretendem e porquê?
Temos dois grandes públicos-alvo: (1) estudantes de mestrado que pretendem desenvolver a sua dissertação em contexto empresarial e (2) recém-graduados ou profissionais em início de carreira que procuram desafios ligados à aplicação da Inteligência Artificial no mundo dos negócios.
3. Por que razão é tão importante para a LTPlabs essa ligação à academia?
A ligação à academia é parte intrínseca da nossa identidade. A LTPlabs nasceu como uma spin-off da Universidade do Porto, e esse ADN académico continua a ser um dos nossos maiores trunfos. Esta origem deu-nos uma forma de trabalhar rigorosa, baseada em evidência e orientada para resultados, mas também uma cultura de investigação e aprendizagem contínua, essencial numa área tão dinâmica como a Inteligência Artificial.
Além disso, manter uma relação próxima com universidades permite-nos detetar talento emergente, contribuir para a formação de novos profissionais e trazer para os nossos projetos as mais recentes metodologias e avanços científicos. Esta ponte entre ciência e negócio é o que nos permite criar soluções verdadeiramente inovadoras para os clientes.
4. Quais os cargos e as áreas disponíveis?
Estamos a recrutar para funções como Data Scientists, ML Engineers, Data Engineers e Software Engineers (Frontend, Backend, Fullstack, DevOps). Independentemente da função, todos os profissionais integram equipas de projeto multidisciplinares e têm contacto direto com cliente. Esta abordagem garante que, além da componente técnica, cada LTPeer desenvolve competências de comunicação e colaboração, tornando-se um profissional mais completo e preparado para criar impacto real.
5. De modo global, para o SHAPERS, quais são as principais características — técnicas e psicológicas — que mais valorizam num candidato e quais as que são fator eliminatório?
Mais do que apenas a formação académica, valorizamos um pensamento analítico robusto, proficiência em programação, familiaridade com Data Science e domínio de inglês. A nível pessoal, destacamos o espírito colaborativo, a capacidade de trabalhar em equipa e um mindset de aprendizagem contínua. Procuramos pessoas curiosas, com vontade de crescer e de se desafiar em projetos reais com impacto em diferentes indústrias.
6. O que podem esperar os futuros colaboradores das funções do dia a dia?
Os primeiros meses combinam atividades de onboarding estruturado com a integração progressiva em projetos reais. No onboarding, os participantes terão formações técnicas (Machine Learning, Otimização, Gen-AI) e formações pessoais (comunicação, preparação de apresentações), além de uma forte componente social — com dinâmicas de team-building, desporto coletivo (voleibol, futebol) e atividades mensais que vão de noites de karaoke a desafios de cozinha. Quando entram em projeto, participam em todas as etapas: mapeamento de requisitos, definição metodológica, construção de modelos analíticos, desenvolvimento de interfaces, reuniões com clientes e preparação de apresentações. Tudo isto em equipa, com acompanhamento próximo de colegas mais experientes.
7. Quais as condições que a LTPlabs oferece aos 30 colaboradores que entrarem?
Os candidatos vão ter acesso a uma extensão do conjunto de benefícios que disponibilizamos aos LTPeers. Destaco o seguinte: regime de trabalho híbrido e flexibilidade de horário, seguro de saúde, dias extra de férias, desporto coletivo financiado, oportunidades de voluntariado, escritórios com ótimas condições e sempre muito bem recheados de comida, café e, não poderia faltar, a mesa de ping-pong.
Para além disso, os novos LTPeers terão contacto direto com o nosso modelo de governance interna. Isto significa que, para além de trabalhar em projetos externos, cada pessoa terá a possibilidade de contribuir para diferentes áreas da gestão interna da LTP. Quem sabe se um candidato que entre nesta edição não estará, no futuro, na equipa de recrutamento a preparar a próxima edição do SHAPERS.
8. O que diferencia este programa de outros do género?
A grande diferença está no tipo de projetos e na intensidade de aprendizagem. Na LTPlabs, cada LTPeer enfrenta desafios intelectuais em indústrias muito distintas, aplicando uma diversidade de técnicas analíticas. Este ambiente multidimensional, aliado à proximidade com clientes e à cultura colaborativa, cria uma curva de crescimento que poucos programas conseguem oferecer.
9. Resumidamente, o SHAPERS pretende atrair e reter jovem talento com o objetivo de a LTPlabs o ‘moldar’ à filosofia da empresa, no sentido de a fazer crescer, mas também de as pessoas fazerem carreira. Num setor tão competitivo, como é o caso das TI, esta opção de fomentar ‘o amor à camisola’ desde o início dá mesmo frutos, ou as pessoas, como são novas, acabam por ter curiosidade de experimentar trabalhar noutros ambientes?
Temos o privilégio de contar com muitas pessoas que “vestiram a camisola” no último ano de mestrado e continuam connosco até hoje. Naturalmente, alguns sentem curiosidade em experimentar outros contextos — e isso é saudável.
Temos, inclusive, uma rede de alumni muito ativa, e já vimos LTPeers que saíram, fizeram a sua “experiência Erasmus” e regressaram à casa onde se sentem bem.
Para nós, faz sentido investir em quem vemos potencial de longo prazo, mesmo sabendo que possa haver saídas. Essa aposta, aliada a uma cultura forte, garante que a identidade da LTP permanece resiliente e com um forte alinhamento.
10. SHAPERS é um nome curioso, porque em negócios pode referir-se a indivíduos inovadores, que criam tendências ou transformam setores. Era esta a ideia? De que forma é que estes 30 futuros colaboradores podem ser um motor de mudança na LTPlabs e nos respetivos clientes?
O nome SHAPERS nasceu inspirado na nossa missão — Shaping Decisions with AI — mas convenceu-nos também pela sua conotação de transformação e impacto. Na LTP, todos os LTPeers têm espaço para ser “shapers” desde o primeiro dia, participando em projetos que apoiam decisores em áreas como operações, vendas ou logística. Cada projeto é uma oportunidade real de criar alternativas e gerar mudança, tanto para os nossos clientes como para a própria LTP.
11. A LTPlabs está há 10 anos no mercado e nunca criou um programa específico para atrair jovem talento. Porquê esta necessidade nesta fase?
A LTPlabs encontra-se numa fase de crescimento acelerado, com o objetivo de duplicar a equipa até 2026 através da contratação de mais 100 pessoas. Percebemos que a abordagem mais orgânica que seguíamos até então já não seria suficiente para este desafio. Precisamos de chegar a mais pessoas, reforçar a notoriedade da nossa marca e o SHAPERS é um dos principais veículos para alcançar esse objetivo.
12. Esta é a 1.ª edição do SHAPERS, mas estão previstas mais para o ano e para o futuro. Ou seja, é um programa que se pretende que venha a ter continuidade e que se torne também ele numa marca. Daqui a uns anos, como gostavam que esta label fosse percecionada por quem concorre?
É verdade. Queremos que este lançamento seja o ponto de partida para posicionar a LTPlabs como O local de referência em Portugal para trabalhar IA aplicada a negócios. Daqui a alguns anos, esperamos que o SHAPERS seja visto como a rampa de lançamento para líderes de AI, reconhecido tanto pelo impacto que gera nas carreiras dos participantes como pela comunidade que constrói em torno da inovação e do desenvolvimento de talento.
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