Há anos que a pergunta ecoa nos corredores da indústria tecnológica: quando é que a Apple vai, finalmente, entrar no mercado dos telemóveis dobráveis? Enquanto rivais como a Samsung, a Motorola e a Oppo já lançaram múltiplas gerações dos seus dispositivos, a gigante de Cupertino tem assistido da bancada, estudando o jogo. Agora, novos relatos indicam que a espera pode estar a chegar ao fim, mas não da forma apressada que alguns poderiam esperar.
As mais recentes informações sugerem que a Apple está a apontar para um lançamento do seu primeiro iPhone dobrável em 2026, e os primeiros passos concretos para tornar este projeto uma realidade já estão a ser dados. O plano não envolve apenas o design do produto, mas uma complexa estratégia de produção que se divide entre Taiwan e a Índia, revelando uma abordagem cautelosa e uma resposta direta às atuais tensões geopolíticas.
A estratégia de dois países: testar em Taiwan, produzir na Índia
Segundo fontes próximas da cadeia de produção, a Apple está a planear a criação de uma linha de produção piloto em pequena escala em Taiwan. O objetivo não é fabricar dispositivos para venda, mas sim criar um laboratório controlado para testar e refinar os métodos de fabrico extremamente complexos de um telemóvel dobrável.
Este “mini-piloto” permitiria à Apple aperfeiçoar a montagem de componentes críticos, como as dobradiças e os ecrãs flexíveis, antes de avançar para a produção em massa. A escolha de Taiwan para esta fase faz todo o sentido, dada a sua proximidade com parceiros tecnológicos e a sua vasta experiência em semicondutores e montagem de precisão. No entanto, o plano enfrenta desafios, nomeadamente a necessidade de recrutar cerca de mil trabalhadores num mercado de trabalho já muito competitivo.
Depois de o processo ser validado em Taiwan, a produção em grande escala seria transferida para a Índia. Esta segunda fase do plano é uma clara manifestação da estratégia da Apple de diversificar a sua cadeia de produção e reduzir a sua dependência da China. Nos últimos anos, a empresa tem investido fortemente na Índia, mas o processo não tem sido isento de problemas, como atrasos na importação de equipamento e limitações na contratação de engenheiros chineses. Ao testar primeiro em Taiwan, a Apple espera minimizar os riscos e garantir uma transição mais suave para a produção em volume na Índia.

Um lançamento para impulsionar todo o ecossistema
As previsões internas da Apple para 2026 são ambiciosas. A empresa espera que a linha de novos iPhones (que incluiria o modelo dobrável) atinja uma produção de 95 milhões de unidades, um aumento de mais de 10% em relação ao ano anterior. A aposta não é que o iPhone dobrável venda dezenas de milhões de unidades por si só, mas que atue como um “produto de auréola”.
A ideia é que o entusiasmo e a novidade gerados por um dispositivo tão inovador atraiam mais clientes para o ecossistema da Apple, impulsionando as vendas de toda a gama de iPhones e reforçando a imagem da marca como líder em inovação.
Atrasada, mas com a pressão para acertar à primeira
Ninguém pode negar que a Apple está atrasada na corrida dos dobráveis. A Samsung, por exemplo, já está a refinar os seus modelos há várias gerações. No entanto, esta é uma posição que a Apple conhece bem. A empresa raramente é a primeira a entrar num novo mercado, mas quando o faz, o seu objetivo é definir o padrão de qualidade.
A sua entrada tardia permitiu-lhe aprender com os erros dos seus concorrentes, como problemas de durabilidade das dobradiças, vincos visíveis nos ecrãs e software mal adaptado. A estratégia de usar uma linha piloto em Taiwan sugere que a Apple está a levar estas lições muito a sério, com o objetivo de lançar um produto que seja, desde o primeiro dia, polido e fiável. A pressão é imensa, pois um primeiro lançamento falhado num mercado já estabelecido seria um golpe duro na sua reputação.
Embora o design final continue a ser um segredo bem guardado, os rumores sugerem um formato mais pequeno e largo, semelhante ao do Pixel Fold. Independentemente da sua forma, uma coisa é certa: a chegada do iPhone dobrável será um dos acontecimentos mais significativos da indústria tecnológica na última década.
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