A autonomia e a segurança continuam a ser dois dos maiores entraves para quem pondera comprar um carro elétrico. A grande promessa para resolver estes problemas chama-se baterias de estado sólido, mas a sua produção em massa ainda parece uma miragem distante. No entanto, um passo intermédio e muito promissor acaba de ser dado, aproximando-nos de uma nova geração de baterias mais seguras e com maior capacidade.
A gigante química BASF e a fabricante chinesa de baterias Welion anunciaram um marco que pode acelerar a chegada dos veículos elétricos do futuro. A parceria entre as duas empresas resultou no envio do primeiro lote de um material catódico avançado, projetado especificamente para baterias de estado semi-sólido, movendo a tecnologia do laboratório para a cadeia de produção industrial.
Uma ponte para o futuro da mobilidade elétrica
As baterias de estado sólido são vistas como o “santo graal” por substituírem o eletrólito líquido das baterias de iões de lítio atuais por um material sólido, o que as torna menos inflamáveis e capazes de armazenar mais energia. O problema é que a sua produção é complexa e cara. É aqui que entram as baterias de estado semi-sólido.
Esta tecnologia funciona como uma ponte, combinando elementos das baterias atuais com os eletrólitos sólidos do futuro. O resultado é uma solução que oferece maior segurança e durabilidade do que as baterias convencionais, mas que é significativamente mais fácil e barata de produzir em massa do que as suas congéneres de estado sólido.

O que torna estas baterias especiais?
O grande avanço anunciado pela BASF e pela Welion está no material que compõe o cátodo. A nova fórmula, que utiliza níquel de alta densidade e um revestimento compósito, resolve um dos maiores desafios técnicos desta tecnologia: a instabilidade na ligação entre o cátodo e o eletrólito sólido.
Ao estabilizar esta interface, as novas baterias conseguem não só uma maior densidade energética — o que se traduz diretamente em mais autonomia para os veículos —, como também uma resistência interna menor e um ciclo de vida muito mais longo. Na prática, isto significa que poderás percorrer mais quilómetros com uma única carga e que a bateria do teu carro irá degradar-se mais lentamente ao longo dos anos.
Para lá dos carros: drones e armazenamento de energia
Embora o foco principal seja o mercado dos veículos elétricos, a Welion já confirmou que planeia usar este novo material na sua próxima geração de baterias destinadas a outros setores. A lista de aplicações inclui sistemas de armazenamento de energia em larga escala, cruciais para a estabilidade das redes elétricas, e dispositivos mais pequenos, como drones, que poderão beneficiar de maior tempo de voo e segurança.
Este passo, que demorou apenas um ano desde o início do projeto, é um sinal encorajador para a indústria. Mostra que a transição para baterias mais seguras e eficientes não depende apenas do salto longínquo para o estado sólido. A tecnologia de estado semi-sólido está a amadurecer rapidamente e promete ser a força motriz por trás da próxima geração de produtos elétricos que chegarão ao mercado muito em breve.
OUtros artigos interessantes:










