Há memórias que as grandes empresas de tecnologia preferiam que o público esquecesse. Para a Samsung, o desastre das baterias explosivas do Galaxy Note 7 em 2016 é, sem dúvida, o fantasma que assombra a sua reputação. Agora, uma nova e assustadora história, envolvendo um produto completamente diferente, ameaça reabrir essas velhas feridas.
Um conhecido YouTuber de tecnologia partilhou publicamente a sua “experiência de pesadelo” depois de o seu anel inteligente, o Samsung Galaxy Ring, ter começado a inchar enquanto o usava, prendendo-o de tal forma no seu dedo que foi necessária uma visita ao hospital para o remover. O mais preocupante? Este não parece ser um caso isolado, levantando sérias questões sobre a segurança de um dos wearables mais inovadores da marca.
A história de terror de um anel inteligente
O incidente aconteceu com Daniel, do canal de YouTube ZONEofTECH. Numa publicação na rede social X, ele partilhou imagens chocantes do seu Galaxy Ring visivelmente inchado e deformado, juntamente com o seu dedo dorido e marcado. O timing não podia ter sido pior: tudo aconteceu momentos antes de ele embarcar num voo.
Em pânico, Daniel tentou todos os truques habituais para remover um anel preso – água com sabão, creme para as mãos – mas nada resultou. Pior ainda, as suas tentativas pareciam agravar a situação, fazendo com que a bateria inchasse ainda mais. Impedido de embarcar no avião, a sua única opção foi dirigir-se a um hospital, onde uma equipa médica, usando gelo e lubrificantes, conseguiu finalmente libertar-lhe o dedo.

Um caso isolado? Parece que não
Se esta fosse uma história única, poderíamos considerá-la um acidente bizarro e isolado. No entanto, o artigo que deu origem a esta notícia refere que não é o primeiro incidente do género. Há alguns meses, outro utilizador, na plataforma Reddit, relatou um problema de inchaço de bateria muito semelhante com o seu Galaxy Ring, após apenas três semanas de utilização.
O facto de estes incidentes, embora raros, estarem a acontecer com um dispositivo que se usa colado ao corpo é extremamente alarmante. Uma bateria de iões de lítio que incha tem o potencial de sobreaquecer, incendiar-se ou, no pior dos cenários, explodir. A perspetiva de isto acontecer num dispositivo que está firmemente preso ao teu dedo é, compreensivelmente, aterradora.
O fantasma do Galaxy Note 7 e a resposta da Samsung
Para uma empresa como a Samsung, qualquer notícia que junte as palavras “bateria” e “inchar” é um desastre de relações públicas. A memória do escândalo global do Galaxy Note 7, que obrigou à recolha de milhões de smartphones em todo o mundo, ainda está fresca.
A resposta oficial da Samsung foi a esperada. A empresa contactou Daniel publicamente e emitiu um comunicado a afirmar que “a segurança dos nossos clientes é uma prioridade máxima” e que “experiências como esta são extremamente raras”. No entanto, o conselho que a empresa deu – “usar água com sabão ou submergir a mão em água fria” – foi criticado por ser ineficaz numa situação em que o dispositivo está ativamente a inchar e a prender o dedo com cada vez mais força.
O desafio de miniaturizar a tecnologia
Este incidente realça os enormes desafios de engenharia por trás da categoria emergente dos anéis inteligentes. Enfiar sensores de saúde, um processador, componentes de comunicação e uma bateria num invólucro tão pequeno, selado e resistente é uma tarefa hercúlea.
A pressão constante a que um anel está sujeito no dia a dia, com pequenos impactos e variações de temperatura, coloca a bateria num ambiente muito mais hostil do que o interior de um smartphone. Qualquer pequena falha no design ou no fabrico que não permita a dissipação de calor ou que comprometa a integridade da célula da bateria pode levar a este tipo de falha perigosa.
Ainda é cedo para saber se estamos perante um defeito de fabrico que afeta um lote específico ou um problema de design mais fundamental. No entanto, estes incidentes são um duro golpe para a confiança no Galaxy Ring e um lembrete sóbrio dos riscos associados à miniaturização extrema da tecnologia que usamos no nosso corpo.
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