Se há uma área onde a guerra dos smartphones parece ter estagnado nos últimos anos, é na capacidade das baterias. Enquanto os processadores ficam mais rápidos e as câmaras mais potentes a cada nova geração, a quantidade de energia que os nossos dispositivos conseguem armazenar tem evoluído a um ritmo glacial, especialmente nos topos de gama da Apple e da Samsung. A Huawei, no entanto, parece determinada a quebrar este ciclo de estagnação.
Novas e muito credíveis fugas de informação indicam que a empresa está a preparar um salto significativo na autonomia para a sua próxima linha de flagships, a muito aguardada série Mate 80. O modelo Huawei Mate 80 Pro, em particular, poderá chegar equipado com uma bateria de 6.000mAh, um valor que não só representa uma melhoria notável face ao seu antecessor, como também o coloca numa liga à parte em comparação com a concorrência direta.
A batalha silenciosa das baterias: quem está a ficar para trás?
Durante anos, a barreira dos 5.000mAh tornou-se uma espécie de padrão não oficial para os smartphones topo de gama Android. A Apple, com os seus iPhones, nem sequer costuma divulgar a capacidade exata, mas sabemos que fica aquém desse valor. A justificação habitual das marcas é que as otimizações de software e a maior eficiência dos processadores compensam a falta de crescimento na capacidade bruta.
No entanto, a realidade do dia a dia conta outra história. Com ecrãs cada vez maiores e mais brilhantes, conetividade 5G sempre ativa e funcionalidades de IA que consomem recursos, a “ansiedade da bateria” continua a ser uma constante na vida de muitos utilizadores. Chegar ao final do dia com alguma margem continua a ser um luxo.
A Huawei, que durante muito tempo também se manteve em torno da marca dos 5.000mAh nos seus topos de gama (reservando as baterias gigantes para os seus modelos mais baratos da linha Enjoy), parece ter mudado de estratégia este ano.

O ponto de viragem: a série Pura 80 abriu o caminho
A primeira grande pista desta nova filosofia surgiu no início de 2025, com o lançamento da série Pura 80. Estes smartphones, que substituíram a icónica linha P, chegaram com baterias significativamente maiores. O modelo Pro veio com 5.700mAh, e até o modelo base surpreendeu com 5.600mAh. Foi um sinal claro de que a Huawei estava a ouvir as queixas dos utilizadores e a priorizar a autonomia.
Agora, os rumores sobre o Mate 80 Pro sugerem que este foi apenas o primeiro passo.
O salto para os 6.000mAh: mais do que apenas um número?
Se a fuga de informação se confirmar, o Mate 80 Pro virá equipado com uma célula de 6.000mAh. Em comparação com os 5.500mAh do seu antecessor, o Mate 70 Pro, pode não parecer um salto gigantesco, mas é uma melhoria notável num segmento onde cada miliampere-hora extra é difícil de conseguir sem aumentar a espessura do dispositivo.
Mas o que é que estes 500mAh extra significam na prática?
- Menos “ansiedade de carregamento”: Uma bateria maior significa, simplesmente, mais tempo longe da tomada. Poderás usar o teu smartphone de forma mais intensiva – ver filmes, jogar, usar o GPS – com a tranquilidade de que ele não te vai deixar ficar mal a meio do dia.
- Melhor saúde da bateria a longo prazo: Uma bateria maior sofre menos stress nos ciclos de carga e descarga, pois não precisas de a carregar com tanta frequência nem de a levar aos extremos (0% ou 100%) tantas vezes. Isto contribui para que ela mantenha a sua capacidade máxima durante mais anos.
- Suporte para funcionalidades “gulosas”: Com mais energia disponível, o smartphone pode suportar de forma mais eficaz as funcionalidades que mais consomem bateria, como ecrãs sempre ligados, taxas de atualização elevadas ou o uso intensivo da câmara e da IA, sem que a autonomia seja drasticamente afetada.
A ciência por trás do aumento (e o que fica na mesma)
Embora a fuga de informação não detalhe como a Huawei conseguiu colocar mais bateria no mesmo espaço, é provável que a empresa esteja a usar tecnologias de bateria de silício de nova geração (semelhantes às que já usa nos seus smartwatches) ou, simplesmente, uma otimização ainda maior do espaço interno, talvez graças ao novo e mais eficiente processador Kirin 9030.
No que toca à velocidade de carregamento, não são esperadas grandes mudanças. O Mate 80 Pro deverá manter o carregamento super-rápido de 100W com fios do seu antecessor. A Huawei parece estar a focar-se em melhorar os “aspetos da célula” – a sua capacidade e longevidade – em vez de perseguir velocidades de carregamento ainda mais extremas.

O futuro é ainda maior? A promessa dos 7.000mAh
A ambição da Huawei nesta área não parece parar nos 6.000mAh. A mesma fonte que revelou esta informação acrescenta que a empresa já está a testar baterias com mais de 7.000mAh para os seus topos de gama do próximo ano, possivelmente a série Pura 90.
Se isto se concretizar, a Huawei estaria a aproximar-se dos números impressionantes que a sua antiga submarca, a Honor, já tem vindo a implementar nos seus próprios flagships, numa reviravolta irónica onde a “aluna” pode ter ensinado a “mestra”.
Com o lançamento da série Mate 80 a aproximar-se (esperado para o final de outubro ou início de novembro), a confirmação oficial destas especificações colocaria a Huawei numa posição de liderança clara num dos aspetos mais importantes para os consumidores, deixando a Apple e a Samsung com muito que pensar para as suas próximas gerações.
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