Se tens um smartphone da Xiaomi, Redmi ou Poco, temos excelentes notícias para ti. A espera pela mais recente e ambiciosa versão do sistema operativo da marca, o HyperOS 3, chegou oficialmente ao fim – pelo menos para alguns. A Xiaomi deu o tiro de partida para a distribuição global da sua nova interface, baseada no Android 16, marcando o início de uma nova era para o software da empresa fora da China.
Mas, como a Xiaomi adora uma boa surpresa, o lançamento não está a seguir o guião habitual. Numa reviravolta inesperada, os primeiros smartphones a receberem esta grande atualização não são os topos de gama recém-lançados, mas sim os seus modelos de gama média da série 15T. É uma estratégia invulgar que está a deixar muitos a coçar a cabeça, mas que demonstra a confiança da marca na sua nova criação.
A surpresa: a gama média chega primeiro à meta
Tradicionalmente, quando uma nova versão de um sistema operativo é lançada, são os smartphones flagship, os mais caros e potentes, os primeiros a receber as honras da atualização. A Xiaomi, no entanto, decidiu inverter a lógica. A empresa confirmou, através da sua conta oficial no X (antigo Twitter) a 25 de outubro, que a distribuição global do HyperOS 3 começaria de imediato, e os pioneiros seriam os Xiaomi 15T e 15T Pro.
Os primeiros utilizadores a receberem a notificação de atualização estão na Europa, com as novas compilações (OS3.0.3.0.WOEEUXM para o 15T e OS3.0.4.0.WOSEUXM para o 15T Pro) a chegarem via OTA (Over-The-Air). Para além das novidades do HyperOS 3, a atualização inclui também o patch de segurança de outubro de 2025, garantindo que os dispositivos ficam não só mais inteligentes, mas também mais seguros.
Porque é que a Xiaomi escolheu a série 15T?
Esta decisão levanta uma questão interessante: porquê começar pela gama média? Há várias teorias possíveis. Uma delas prende-se com o hardware. Enquanto os topos de gama Xiaomi 15 e 15 Ultra são alimentados pelo novo processador Snapdragon 8 Elite Gen 5, o Xiaomi 15T Pro utiliza o potente MediaTek Dimensity 9400+. Começar o lançamento global com este modelo pode servir como um teste em larga escala para a otimização do HyperOS 3 em diferentes arquiteturas de processador, antes de o levar para os seus flagships mais vendidos.
Outra possibilidade é uma simples questão de logística e estratégia de mercado. Ao dar prioridade a uma linha muito popular na Europa, a Xiaomi consegue gerar um buzz positivo e demonstrar rapidamente o seu compromisso com as atualizações, numa altura em que a lentidão do Android 16 em outras marcas tem sido alvo de críticas. Seja qual for a razão, é uma excelente notícia para os possuidores destes dispositivos.

O que traz de novo este HyperOS 3?
Mas afinal, o que torna o HyperOS 3 tão aguardado? Depois de anos a usar a interface MIUI, a Xiaomi apresentou o HyperOS no ano passado como uma rutura, uma nova fundação desenhada para unificar todo o seu vasto ecossistema de produtos, desde smartphones e tablets a relógios e dispositivos de casa inteligente. O HyperOS 3, baseado no Android 16, promete refinar essa visão com um foco em três pilares: design, desempenho e integração.
A ‘Hyper Island’ e outras novidades visuais
A nível visual, uma das novidades mais faladas é a introdução da “Hyper Island”. Trata-se de um novo menu rápido dinâmico que, à semelhança da Ilha Dinâmica da Apple ou da Origin Island da Vivo, promete apresentar informações contextuais e controlos rápidos para coisas como a reprodução de música, navegação GPS ou notificações importantes, de uma forma mais fluida e integrada na interface.
Para além desta funcionalidade específica, espera-se que o HyperOS 3 continue a refinar a estética geral do sistema, com um design mais limpo, animações mais suaves e mais opções de personalização, afastando-se gradualmente da imagem por vezes “pesada” associada às versões mais antigas da MIUI.
Um ecossistema mais unido
O grande objetivo estratégico do HyperOS é a integração do ecossistema. A Xiaomi quer que os seus diferentes dispositivos – smartphone, tablet, relógio, auriculares, TV, etc. – comuniquem entre si de forma tão transparente e fluida como acontece no ecossistema da Apple ou da Samsung.
O HyperOS 3 promete aprofundar esta integração, com funcionalidades melhoradas de sincronização entre dispositivos. Imagina começares a escrever um e-mail no teu smartphone e poderes continuá-lo instantaneamente no teu tablet, ou receberes as notificações do teu telemóvel diretamente no ecrã do teu portátil Xiaomi. É este tipo de conveniência que a Xiaomi procura oferecer, transformando a posse de múltiplos dispositivos da marca numa experiência coesa, e não numa coleção de gadgets isolados.
O calendário: quando chega ao teu Xiaomi?
Se não tens um Xiaomi 15T, não desesperes. A empresa já partilhou um roteiro preliminar para a continuação da distribuição global do HyperOS 3. O plano é ambicioso e visa atualizar um grande número de dispositivos nos próximos meses:
- Agora (a começar na Europa): Xiaomi 15T e 15T Pro.
- Novembro de 2025: A vez dos flagships Xiaomi 15 e 15 Ultra, bem como da popular série Redmi Note 14 e das linhas Poco F7 e X7.
- Final de Novembro / Início de Dezembro de 2025: A atualização começará a chegar aos topos de gama do ano passado, como a série Xiaomi 14, aos “flagship killers” como o Poco F6, e a outros modelos lançados em 2024.
É crucial lembrar que estes calendários são estimativas e a distribuição é sempre gradual. A melhor forma de saberes quando a atualização chega ao teu dispositivo específico é verificares manualmente. Para isso, basta ires a Definições > Sobre o telefone > Atualização do sistema.
Com o lançamento global do HyperOS 3, a Xiaomi está a dar um passo decisivo na sua ambição de se tornar não apenas numa gigante do hardware, mas também numa potência de software, capaz de oferecer uma experiência polida e integrada que rivaliza com as melhores do mercado. Para os utilizadores da série 15T, a festa já começou. Para os restantes, a espera parece que não será muito longa.
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