Ainda faltam duas semanas para o lançamento oficial da muito aguardada consola portátil da Microsoft e da Asus, a Xbox ROG Ally X, agendado para 16 de outubro. No entanto, por aquilo que parece ter sido um erro de logística muito feliz para um utilizador (e para o resto de nós), alguém já recebeu a sua pré-reserva. E, como seria de esperar, essa pessoa não perdeu tempo a partilhar as suas primeiras impressões detalhadas na comunidade do Reddit.
O veredito? O hardware parece ser tudo o que a Microsoft e a Asus prometeram, com elogios rasgados à sua ergonomia e desempenho. No entanto, este primeiro vislumbre também revelou uma falha de software potencialmente grave que, se não for corrigida a tempo, pode comprometer a própria alma do dispositivo.
O hardware: “é como segurar um comando da Xbox”
A análise, publicada pelo utilizador “u/Technical_Fun77” no subreddit da ROG Ally, está a deixar os fãs extremamente otimistas em relação à qualidade de construção e ao design da consola.
O ponto mais elogiado é a ergonomia. O utilizador descreve a sensação de segurar a Ally X como “simplesmente incrível”, comparando-a diretamente a “segurar um comando da Xbox” em vez de uma consola portátil completa. Esta é, talvez, a maior vitória de design que a equipa poderia desejar. Numa consola portátil, o conforto durante longas sessões de jogo é fundamental, e a Microsoft e a Asus parecem ter acertado em cheio, aproveitando décadas de experiência no design de um dos comandos mais ergonómicos do mercado.
Outros aspetos do hardware também receberam notas muito positivas:
- Refrigeração e Ruído: O sistema de arrefecimento é descrito como “soberbo” e “silencioso”. Esta é uma excelente notícia, pois muitas consolas portáteis potentes são criticadas por ventoinhas ruidosas e por aquecerem demasiado.
- Áudio: O som surround é elogiado como sendo tão “imersivo” que “quase não precisas de auscultadores”. Esta é outra grande vantagem que reforça a natureza “pegar e jogar” do dispositivo.
No geral, a primeira impressão do hardware é a de um dispositivo premium, bem construído e pensado para o conforto do jogador. É na parte do software, no entanto, que surge uma grande nuvem de incerteza.

O software: a promessa e o problema do “modo Xbox”
A grande aposta de software da Microsoft para esta consola é a “Experiência de Ecrã Completo Xbox”, uma interface desenhada para otimizar o Windows 11 para jogos. O utilizador confirma que a experiência é boa, com “menus fluidos” e uma interface “reativa”. No entanto, foi aqui que ele encontrou um problema que está a gerar uma enorme discussão.
Atualmente, nesta versão de pré-lançamento, o software impede a instalação de emuladores e de jogos que não sejam da Steam.
Esta é uma limitação gigantesca e, francamente, preocupante. A principal vantagem de um PC de gaming portátil, em comparação com uma consola como a Nintendo Switch, é precisamente a sua natureza aberta. A capacidade de instalar qualquer programa, de qualquer loja (Epic Games, GOG, etc.), de correr emuladores de consolas antigas ou de instalar mods é o que define esta categoria de produtos. Bloquear esta liberdade, mesmo que temporariamente, vai contra o espírito do PC gaming.
Um bug de lançamento ou uma “feature” preocupante?
A grande questão que se coloca agora é: trata-se de um simples bug de pré-lançamento ou de uma decisão intencional da Microsoft?
A visão otimista, e a mais provável, é que esta seja uma restrição do software de pré-lançamento que será removida com uma atualização no “dia um”. O próprio utilizador que partilhou a análise está esperançoso de que seja esse o caso. É comum que as unidades enviadas antecipadamente corram uma versão de software que não é a final.
No entanto, existe uma visão mais pessimista. Poderia esta ser uma tentativa da Microsoft de criar um ecossistema mais fechado, ao estilo das consolas tradicionais, para garantir um maior controlo sobre a experiência? Embora pareça improvável para um dispositivo que corre Windows, a possibilidade está a gerar um debate aceso.
A impressão geral deixada por esta análise acidental é a de um dispositivo quase perfeito. O hardware parece ser um triunfo de design e engenharia, mas o seu sucesso final está agora dependente de a Microsoft garantir que o software corresponde à liberdade que os jogadores de PC esperam e exigem.
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