Portugal passou a integrar o grupo dos dez países mais afetados a nível global por ataques de criptomineradores no terceiro trimestre de 2025. A conclusão consta da mais recente análise da Kaspersky Security Network (KSN), que revela um aumento da incidência desta ameaça silenciosa em território nacional.

Segundo os dados divulgados, as soluções de segurança da Kaspersky detetaram 2.863 novas variantes de malware de criptomineração entre julho e setembro, afetando mais de 254 mil utilizadores únicos em todo o mundo. Neste contexto, Portugal ocupa agora a nona posição no ranking global, situando-se imediatamente atrás da Bielorrússia. Os países com maior registo destes ataques foram o Senegal, o Mali e o Afeganistão.
A natureza da ameaça silenciosa da criptomineração
A criptomineração não autorizada (ou cryptojacking) distingue-se de outras ameaças, como o ransomware, pela sua discrição. O malware instala-se no dispositivo da vítima — seja um computador ou um servidor — e explora os recursos de processamento (CPU ou GPU) sem o conhecimento do utilizador para gerar moeda digital para os atacantes.
A persistência desta atividade, sublinhada no relatório, demonstra a aposta dos cibercriminosos em métodos que garantem rentabilidade a longo prazo sem desencadear alarmes imediatos. As consequências para as vítimas incluem a degradação severa do desempenho do sistema, sobreaquecimento e aumento dos custos energéticos.
Ransomware e ameaças móveis em alta
O relatório da Kaspersky aponta ainda para um “novo impulso” noutros vetores de ataque. No segmento do ransomware, foi detetado um aumento de quase 30% no número de novas modificações em comparação com o segundo trimestre de 2025, totalizando 2.259 variantes. Israel, Líbia e Ruanda foram os países com maior proporção de utilizadores visados por este tipo de extorsão digital.
Em paralelo, o ecossistema móvel Android enfrenta uma pressão crescente. A análise destaca dois indicadores preocupantes:
- Trojans Bancários: Foram detetados mais de 52.700 pacotes de instalação, um acréscimo de 10 mil face ao trimestre anterior.
- Ransomware Móvel: O número de pacotes de instalação para este tipo de ameaça mais do que duplicou, atingindo as 1.564 unidades no período em análise.
Conclusão
A entrada de Portugal no “Top 10” da criptomineração e o crescimento simultâneo de variantes de ransomware e ameaças móveis confirmam um cenário de cibersegurança cada vez mais complexo. Os dados do terceiro trimestre de 2025 evidenciam que os atacantes continuam a diversificar as suas táticas, combinando ataques destrutivos e visíveis com explorações de recursos silenciosas e contínuas, o que exige das organizações e utilizadores portugueses uma vigilância redobrada.
Fique a saber mais sobre as ameaças a dispositivos móveis e não móveis no 3.º trimestre de 2025.
Outros artigos interessantes:










