A Disney acaba de dar um passo histórico e controverso no mundo da Inteligência Artificial. A gigante do entretenimento, conhecida pela defesa feroz da sua propriedade intelectual, anunciou um acordo de licenciamento de três anos e um investimento de 1 bilião de dólares na OpenAI, a criadora do ChatGPT e do Sora.
Esta parceria marca um ponto de viragem. Pela primeira vez, um grande estúdio de Hollywood está a autorizar oficialmente o uso das suas personagens mais icónicas numa plataforma de IA generativa, abrindo as portas para que os fãs criem os seus próprios conteúdos “oficiais” com a ajuda de algoritmos.

O que podes criar?
O coração deste acordo é o acesso. Os utilizadores das ferramentas da OpenAI, como o gerador de vídeo Sora e o ChatGPT, poderão criar vídeos curtos e imagens usando mais de 200 personagens e elementos do vasto catálogo da Disney.
Isto significa que, em breve, poderás escrever um prompt para ver o Mickey Mouse, o Darth Vader, o Iron Man ou a Ariel em cenários imaginados por ti, usando os trajes e ambientes oficiais, tudo de forma legal e aprovada.
O limite: sem vozes nem atores reais
Apesar da abertura, a Disney traçou uma linha vermelha clara para proteger os seus talentos humanos. O acordo exclui explicitamente o uso das vozes reais e da aparência física (likeness) dos atores e intérpretes. A IA poderá gerar o Homem de Ferro com a armadura, mas não com o rosto de Robert Downey Jr. ou a voz original.

Disney+ com IA e ferramentas internas
A parceria vai além da criação de fãs. A Disney tornar-se-á um “grande cliente” da tecnologia da OpenAI, utilizando as suas APIs para:
- Desenvolver novas experiências: Potencialmente integrando funcionalidades de IA interativa diretamente na plataforma Disney+.
- Ferramentas Internas: Implementar o ChatGPT e outras ferramentas para apoiar os fluxos de trabalho criativos e administrativos dentro da empresa.
Reações mistas: inovação ou ameaça?
A indústria reagiu com um misto de entusiasmo e preocupação. Para uns, é uma jogada estratégica brilhante que abraça o futuro do storytelling e permite aos fãs interagirem com as marcas de forma nova. Para outros, levanta questões sérias sobre o impacto da IA no trabalho criativo e nos direitos a longo prazo dos artistas.
Independentemente da perspetiva, uma coisa é certa: a Disney acabou de legitimar a “fan fiction” gerada por IA, transformando-a de uma zona cinzenta legal num produto oficial de mil milhões de dólares.
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