A Google anunciou o lançamento do seu novo agente “Gemini Deep Research”, uma ferramenta de Inteligência Artificial desenhada para realizar tarefas complexas de investigação e síntese de informação. A tecnologia, agora acessível a programadores através da nova Interactions API, promete transformar a forma como as aplicações processam dados da web e documentos internos.

Revelada a 11 de dezembro de 2025, esta nova iteração do agente é alimentada pelo Gemini 3 Pro, o modelo mais factual da Google até à data. O sistema foi especificamente treinado para reduzir alucinações — um problema comum em Large Language Models (LLMs) — e maximizar a qualidade dos relatórios gerados em tarefas que exigem múltiplos passos de raciocínio.
Segundo Lukas Haas, Gestor de Produto da Google DeepMind, o agente utiliza aprendizagem por reforço (reinforcement learning) para “navegar autonomamente por paisagens de informação complexas”. Na prática, isto significa que o Deep Research consegue planear a sua investigação, formular consultas de pesquisa, ler resultados, identificar lacunas de conhecimento e realizar novas pesquisas iterativas até obter uma resposta completa.
Benchmark DeepSearchQA e Performance
Para validar as capacidades desta ferramenta, a Google tornou open-source o DeepSearchQA, um novo benchmark desenhado para testar a abrangência de agentes em tarefas de pesquisa na web. Este conjunto de testes inclui 900 tarefas de “cadeia causal” em 17 áreas distintas, onde cada passo depende da análise anterior.
Os resultados apresentados pela tecnológica são promissores: o Gemini Deep Research atingiu 66,1% no DeepSearchQA e 46,4% no conjunto completo do teste “Humanity’s Last Exam” (HLE), valores que a Google reclama serem o “estado da arte” para agentes de pesquisa.
Aplicações Reais: Da Banca à Biotecnologia
A ferramenta já está a ser testada em cenários reais. No setor financeiro, a GV (anteriormente Google Ventures) utiliza o agente para automatizar as fases iniciais de due diligence, agregando sinais de mercado e análises de concorrentes, reduzindo ciclos de pesquisa de dias para horas.
Na comunidade científica, a Axiom Bio está a usar o Deep Research para acelerar a descoberta de medicamentos, analisando literatura biomédica para prever a toxicidade de compostos. Alex Beatson, cofundador da Axiom Bio, destaca que a ferramenta desbloqueou “um nível sem precedentes de profundidade e granularidade” na pesquisa inicial.
Ferramentas para Programadores
Através da nova Interactions API, os programadores podem agora integrar estas capacidades nas suas próprias aplicações. As principais funcionalidades incluem:
- Síntese Unificada: Capacidade de analisar documentos carregados (PDFs, CSVs) em conjunto com dados da web pública.
- Controlo de Relatórios: O programador define a estrutura, cabeçalhos e formatação das tabelas através de prompts.
- Citações Detalhadas: O agente fornece fontes granulares para cada afirmação, permitindo a verificação da origem dos dados.
- Saídas Estruturadas: Suporte para saídas em esquema JSON, facilitando a integração com outros softwares.
A Google confirmou ainda que o Gemini Deep Research chegará em breve a produtos de consumo como a Pesquisa Google, o NotebookLM e a aplicação Gemini.
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