Depois de um ano difícil em que perdeu terreno para rivais como a SK Hynix e a Micron na corrida ao ouro da Inteligência Artificial, a Samsung está a protagonizar um regresso em força. A gigante sul-coreana garantiu um contrato crucial para se tornar o principal fornecedor de um componente vital para os futuros servidores da Nvidia.
Segundo relatórios da indústria, a Samsung vai fornecer 50% de todos os módulos de memória SOCAMM2 que a Nvidia necessitará em 2026. Este acordo não só valida a tecnologia da Samsung, como promete injetar milhares de milhões de dólares nos cofres da empresa, cimentando o seu papel na infraestrutura que alimenta a revolução da IA.
O que é o SOCAMM2 e porque é que a Nvidia precisa dele?
Enquanto a memória HBM (High-Bandwidth Memory) recebe todas as manchetes, existe outro tipo de memória essencial para o funcionamento dos servidores de IA: o SOCAMM2 (Small Outline Compression Attached Memory Module 2).
Pensa neste componente como uma evolução compacta e eficiente da memória RAM tradicional. O módulo SOCAMM2 combina quatro chips de memória LPDDR num único substrato, tornando-o mais fácil de instalar, atualizar e, sobretudo, mais eficiente em termos de espaço e energia do que as soluções anteriores.
A Nvidia planeia usar estes módulos na sua próxima geração de hardware, a plataforma “Vera Rubin”. Estes módulos ficarão situados ao lado do CPU “Vera”, que controla o poderoso GPU “Rubin”, o motor gráfico responsável pelo processamento pesado da IA.

Um contrato de dimensões astronómicas
A escala deste acordo é difícil de visualizar. A Nvidia solicitou à indústria o fornecimento de até 20 mil milhões de Gigabytes (GB) destes módulos. A Samsung, ao garantir metade desta encomenda, compromete-se a fornecer 10 mil milhões de GB.
Para cumprir esta meta, a Samsung terá de dedicar entre 30.000 a 40.000 wafers (bolachas de silício) por mês à produção destes chips, o que representa cerca de 5% da sua capacidade total mensal de produção de DRAM.
A reviravolta tecnológica da Samsung
Este sucesso deve-se à capacidade da Samsung de estabilizar a produção dos seus chips DRAM de quinta geração (processo 1c). Enquanto a Micron foi a pioneira neste formato, a Samsung conseguiu aumentar o rendimento (yield) e a performance da sua produção a tempo de capturar esta fatia gigante do mercado, deixando a Micron e a SK Hynix a dividirem a metade restante.
Com este contrato e os avanços na memória HBM4, a Samsung está a enviar uma mensagem clara: o “gigante adormecido” dos semicondutores acordou e quer recuperar o seu trono na era da IA.
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