Lembras-te do Clippy, o clipe de papel saltitante que tentava (muitas vezes de forma irritante) ajudar-te no Microsoft Office? Ou da Cortana, a assistente de voz que prometia ser a resposta da Microsoft à Siri e à Alexa? Após anos a relegar os assistentes visuais para segundo plano, a gigante tecnológica acaba de apresentar uma nova personagem para o seu universo de inteligência artificial: o Mico.
Apresentado como um companheiro visual para o modo de voz do Copilot, o Mico não é apenas um ícone animado. É um pequeno avatar desenhado para ter expressões faciais e reagir emocionalmente aos temas das tuas conversas, numa tentativa de tornar a interação com a IA mais natural, intuitiva e, quem sabe, até um pouco mais humana.
O regresso do assistente visual: para que serve o Mico?
A ideia por trás do Mico é simples, mas potencialmente poderosa. Quando estás a interagir com o Copilot através da voz, em vez de falares para um ícone estático ou para o vazio, terás agora um ponto de referência visual. O Mico, com o seu design descrito como “fofinho”, serve como a “cara” da inteligência artificial.
Mas a sua função vai além de ser um simples enfeite. O Mico foi programado para reagir ao conteúdo da conversa. Jacob Andreau, vice-presidente corporativo da Microsoft AI, explicou a lógica: “Podes vê-lo, ele reage à medida que falas com ele e se falares sobre algo triste verás as expressões faciais reagir quase de imediato”.
Como é que o Mico “sente”?
A chave está na capacidade da IA do Copilot de analisar o sentimento e o contexto da tua fala. Se detetar palavras ou um tom associado a tristeza, o Mico poderá apresentar uma expressão facial correspondente. Se o tema for alegre, a sua expressão refletirá isso.
O objetivo, segundo Andreau, é criar uma ligação mais forte e empática: “Toda a tecnologia desaparece no segundo plano e começas simplesmente a falar com este assistente fofinho, criando uma relação com ele”. É uma aposta na ideia de que, ao dar uma “cara” e “emoções” à IA, a interação se torna menos robótica e mais parecida com uma conversa real.

Porque é que a Microsoft criou uma cara para a sua IA?
Esta aposta num assistente visual surge num momento em que a interação por voz com a IA se torna cada vez mais comum, mas também revela algumas das suas limitações. Falar para uma máquina pode ser estranho, e a ausência de feedback visual torna a experiência menos natural do que uma conversa cara a cara.
O Mico tenta preencher essa lacuna, oferecendo as dicas não-verbais (expressões faciais) que nos ajudam a interpretar e a conectarmo-nos numa conversa humana. É uma tentativa de tornar a IA menos intimidante e mais acessível, especialmente para utilizadores menos experientes em tecnologia.
Ao dar uma personalidade visual ao Copilot, a Microsoft espera que os utilizadores se sintam mais confortáveis a delegar tarefas e a explorar as capacidades da sua IA, transformando uma ferramenta funcional numa espécie de companheiro digital.
O “mas”: a disponibilidade limitada (por agora)
Infelizmente, se ficaste curioso para conhecer o Mico, vais ter de esperar. Numa decisão que certamente gerará alguma frustração, a Microsoft optou por lançar esta nova funcionalidade apenas nos Estados Unidos, numa fase inicial.
Não foi dada qualquer justificação para esta limitação geográfica, nem um calendário para a sua expansão para outros países onde o Copilot já está disponível, como Portugal. A expectativa é que, tal como aconteceu com outras funcionalidades do Copilot, o Mico acabe por ser lançado globalmente, mas, por agora, resta-nos esperar e imaginar como será ter um pequeno avatar a reagir às nossas conversas com a IA.
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