A start up Magic Leap trabalha com realidade aumentada e há um ano conseguiu um investimento de 542 milhões de dólares da Google. Hoje, actualizou o seu site e mostra-nos o que anda a fazer. E o que vemos é de ficar de boca aberta. No ginásio de uma escola, dezenas de crianças estão sentadas nas bancadas. De repente, uma gigantesca baleia irrompe do solo, num gracioso salto e ouve-se um “oh!!!!” colectivo.. Esta parece ser a tecnologia que pode revolucionar a forma como interagimos com os computadores e a start up parece estar perto de dar o próximo salto. Um salto mágico, como o nome da empresa.
Várias empresas têm vindo a trabalhar na realidade aumentada, mas a Magic Leap parece estar um passo à frente da competição, ou mesmo a explorar um outro mundo. A Microsoft, por exemplo, tem investido nos seus óculos de realidade aumentada, mas a grande diferença está exactamente aqui. Na demonstração que só está acessível na página da empresa, o efeito é surpreendente e todos os que a ela assistem são surpreendidos. E no entanto, não se vêem grandes aparelhos e nenhuma das crianças aparenta envergar um dispositivo que lhe permita ver o holograma.
As primeiras notícias sobre a Magic Leap falavam também de uns óculos de realidade aumentada, mas, como viu, os vídeos que a empresa agora disponibiliza mostram pessoas a ver e interagir com projecções de realidade aumentada sem terem nenhum dispositivo. Como é que a empresa consegue fazer isso ainda não se sabe, mas aparentemente terá conseguido criar sensores que se colocam em praticamente todos os locais possível e imaginários e que interagem à passagem das pessoas, em simultâneo com avanços surpreendentes em visão computacional.
[blockquote cite=”Roman Abovitz” float=”no-float” align=”left”]”Quando lançarmos a tecnologia, será enorme”[/blockquote]
A Magic Leap foi criada em 2010 por Rony Abovitz, um norte-americano classificado por muitos como excêntrico, e pretende mudar completamente a forma como utilizamos os computadores. Abovitz fala de “realidade cinematográfica, uma mudança total na computação visual”. E o segredo é a alma deste negócio. A Magic Leap não revela a sua tecnologia, porque, como afirmou à Wired, “revelar um pouco é importante, mas também é importante para nós preservar a capacidade de aperfeiçoar o dispositivo”.
Portanto, existe mesmo um dispositivo. Ao contrário do que as imagens e vídeos podem sugerir, não se trata de magia. Mas seja que dispositivo for que a Magic Leap esteja a desenvolver, parece mágico e poderá fazer magia na forma como no futuro interagiremos com o que nos rodeia. "Imagine que está na China e que toda a publicidade está em inglês, e nos restaurantes, quando as pessoas falarem consigo existirão legendas ao vivo... mesmo sem se aperceber, estará num computador, mas as coisas apenas acontecerão".
A visão de Abovitz parece muito futurista, mas muitos acreditam no futuro da tecnologia que esta empresa está a desenvolver e por isso investem milhões, com a Google a afirmar-se como o principal parceiro da Magic Leap.
Numa primeira fase, a tecnologia de realidade virtual desta start up será aplicada aos jogos, tendo já uma parceria com a neozelandesa Weta Workshops para o desenvolvimento de games. A Magic Leap foi também buscar o galardoado autor de ficção científica e de games Neal Stephenson para o cargo de Cheaf Futurist.
Ainda não se sabe quando é que a tecnologia desenvolvida pela Magic Leap chegará ao público. "Quando a lançarmos, vai ser enorme", afirma Abovitz.
Para já, temos que nos contentar com o pouco que a empresa vai colocando online, como estes vídeos onde se afirma não terem sido utilizados nenhuns efeitos especiais. E, claro, aconselhamos vivamente que entrem na página da Magic Leap, calculando que tenham a mesma reacção que eu tive: fiquei estupefacto.
Fontes: Business Insider e Wired
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