Deu-se há exatamente duas semanas a Conferência de Eficiência Tecnológica num Mundo 4.0, leva a cabo por 4 associações: APFM, APMII, APSEI e AMGAA.
Esta conferência contou com o discurso de boas vindas dado por Celeste Amorim Varum, Adjunta da Secretária de Estado da Indústria, e abordou temas como “Inovar e Empreender num Mundo 4.0”, “Desafios da Tecnologia Sustentável e Segura” e “A Evolução das Profissões numa Sociedade 4.0”.
Segundo Jorge Portugal, Diretor Geral da COTED Portugal, apresentou, “estamos na Era da inteligência e observamos uma lufada de ar fresco. Neste evento tenta-se captar a atenção de todos através da colaboração entre associações”, e foi precisamente esse o tema que quisemos investigar.
Assim, fomos conversar com Miguel Agostinho, CEO da APFM e moderador do debate sobre “Inovar e Empreender num Mundo 4.0” para percebermos como tinha surgido a ideia de criarem este evento, bem como de que forma é percecionado hoje dia o Facility Management.
- Como é que surgiu a ideia de criarem a primeira Conferência de Eficiência Tecnológica num Mundo 4.0 em Portugal?
Num mundo cada vez mais 4.0, existe a necessidade de preparar as pessoas, independentemente da sua idade ou função, a tirar partido da eficiência proporcionada pela IoT.O paradigma desta revolução não é saber se a tecnologia permite o que queremos fazer mas sim perceber o que podemos fazer com a tecnologia que temos ao nosso dispor.Foi isso que nos levou a criar uma conferência dedicada à Tecnologia. As pessoas. - As associações organizadoras são a APFM, APMI e APSEI. De que forma se decidiram juntar e porquê?
Foi uma Associação de Associações. Foi um projeto que durou sensivelmente um ano até à data do evento, com diversos pontos de vista sobre o assunto, mas com um objectivo em comum: criar algo inovador que permitisse ligar a tecnologia a benefícios concretos. Uma tecnologia que melhorasse a qualidade dos serviços e não que existisse apenas porque sim.Adicionalmente, a APFM sempre nutriu uma perspetiva de colaboração e de boa relação com outras associações que se integram sob o chapéu do Facility Management.Isto porque os desafios das organizações são cada vez mais transversais e é tendencialmente cada vez mais difícil que uma única área de saber, ou seja, uma única associação, possa ter a resposta na integra para uma oportunidade ou necessidade.As associações como entidades vivas precisam de ler o seu mercado e acompanhar as necessidades dos seus associados. E, neste caso, o que os nossos associados queriam, independentemente da sua filiação, era compreender como a atual revolução tecnológia pode impactar transversalmente o seu negócio e como devem eles preparar-se para essa realidade. - Como é que considera que o Facility Management é visto em Portugal, hoje em dia? E como deveria ser?
O FM serve o core business das organizações em prol da qualidade de vida das pessoas que ocupam os espaços. Em Portugal, e não só, o FM é visto como um centro de custos cuja principal preocupação deve ser tender para zero.Esta falta de compreensão sobre o valor que o Facility Management pode criar, leva as organizações a serem menos eficientes e eficazes seja na contratação dos serviços necessários à sua operação, seja na gestão dos espaços. - De que forma pode o Facility Management ser uma mais valia para as empresas, organizações e trabalhadores?
O Facility Management tem o mesmo potencial que a ISO9001 teve na década de 90. Olhar para os processos de forma crítica e numa perspetiva de melhoria contínua permite-nos fazer mais e melhor. E é essa influência direta tanto nos processos como na vida de quem ocupa os espaços que é o âmbito dos Facility Managers.Mas os Facility Managers não o conseguem fazer sozinhos – é essencial a cooperação transversal com todas as áreas da organização. Uma analogia à tecnologia: também esta tem mais impacto quanto mais holística e integrada for a sua aplicação.
Segundo o mesmo, a APFM “tem diversos eventos durante o ano e todos eles abertos ao público em geral. O nosso próximo grande evento é a 12ª edição da nossa conferência nacional, as “Jornadas de FM”, que este ano terão a particularidade de ser um evento europeu. Este evento realizar-se-á nos dias 17 e 18 de outubro no Fórum Tecnológico do LISPOLIS em Lisboa, e trará ao palco a partilha de experiências nas áreas da Tecnologia; Wellbeing e o futuro das Cidades. A intenção é sempre a partilha de casos e olhar para estes de forma estratégica e numa ótica de que tipo de benefícios concretos podem advir dos mesmos. Para nós uma conferência tem de trazer algum benefício imediato para quem participa, até porque as entradas não são gratuitas”.
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