A Huawei surpreendeu o mercado tecnológico ao lançar o seu novo smartphone Mate 60 Pro, equipado com o processador Kirin 9000s de 7nm. Este movimento não só coloca a Huawei numa posição mais competitiva, mas também deixa a Qualcomm, uma das maiores empresas de processadores para smartphones, numa situação delicada.
Huawei desafia expectativas com tecnologia de 7nm
Até agora, acreditava-se que a SMIC, a maior fundição da China, não tinha a capacidade de produzir processadores de qualidade para smartphones com um nó de processo de 7nm. A razão para isso era a proibição de exportação de máquinas de litografia ultravioleta extrema (EUV) para a China. Estas máquinas, que custam cerca de 150 milhões de dólares, são essenciais para a criação de circuitos extremamente finos em wafers de silício, permitindo a integração de mil milhões de transístores num único processador.
O impacto na Qualcomm
Segundo Ming-Chi Kuo, analista da TF International, a Qualcomm será a empresa mais afetada por este desenvolvimento. No último ano, a Huawei comprou entre 23 e 25 milhões de processadores da Qualcomm, um número que aumentou para 40 a 42 milhões este ano. Com a Huawei a optar pelos seus próprios processadores Kirin no próximo ano, a Qualcomm não só perderá um cliente significativo, como também enfrentará uma concorrência mais acirrada no mercado chinês.
Outros desafios para a Qualcomm
Para além da perda de negócio com a Huawei, a Qualcomm enfrenta outros desafios significativos. Um deles é o aumento da quota de mercado do processador Samsung Exynos 2400, que deverá ser utilizado em alguns modelos da série Galaxy S24 no próximo ano. O outro é a Apple, que planeia substituir os processadores da Qualcomm pelos seus próprios a partir de 2025.
Estratégias de contenção
Face a estes desafios, Ming-Chi Kuo prevê que a Qualcomm iniciará uma guerra de preços na China já no próximo trimestre, visando recuperar quota de mercado. No entanto, esta estratégia deverá resultar em lucros mais baixos para a empresa.
O lançamento do Huawei Mate 60 Pro com o processador Kirin 9000s de 7nm é um marco significativo para a indústria de smartphones. Não só demonstra o avanço tecnológico da Huawei e da SMIC, como também coloca a Qualcomm numa posição desafiante, forçando-a a reavaliar as suas estratégias de mercado e desenvolvimento tecnológico.
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