A famosa atriz Scarlett Johansson avançou com uma ação legal contra uma empresa de inteligência artificial (IA). Aparentemente a aplicação desenvolvida por esta empresa clonou a voz da atriz e utilizou-a numa campanha publicitária sem obter a devida autorização.
Este é um acontecimento que se tem tornado cada vez mais comum, com várias celebridades a enfrentarem estes novos desafios. Com mais um caso no portefólio das polémicas sobre a inteligência artificial, crescem as preocupações no que respeita ao regulamentos e medidas de segurança em torno destas novas tecnologias.
Uma campanha controversa
A publicidade em causa promove o editor de imagem com IA chamado “Lisa AI: 90s Yearbook & Avatar”. Considerando que esta aplicação se tornou viral durante as últimas semanas, é de esperar que esta ação legal possa ter repercussões séries, tendo o potencial para ser usado como um exemplo para futuros casos.
No vídeo, Johansson aparece durante as gravações do filme Black Widow onde diz “Tudo bem pessoal? Sou a Scarlett e quero que venham comigo.” O problema surge na cena seguinte, onde após uma transição podemos ouvir uma voz criada por inteligência artificial a dizer “Não está apenas limitado a avatares. Podes também criar imagens com text e até mesmo os teus próprios vídeos IA. Acredito que não devias perder esta oportunidade.”
Como podes imaginar, a segunda cena não foi aprovada pela atriz, e a voz utilizada foi criada especialmente para ser idêntica à de Scarlett Johansson.
Empresa tentou fugir à responsabilidade, mas teve azar
No rodapé da publicidade, a Convert Software, empresa responsável pela aplicação, fez questão de deixar uma nota: “Imagens produzidas pela Lisa AI. Não tem nada a ver com esta pessoa.”
Mas, como seria de esperar, os advogados da atriz rapidamente lançaram um comunicado oficial onde afirmam que Johansson nunca foi porta-voz desta aplicação e que irão tratar da situação a nível legal.
O advogado da atriz, Kevin Yorn, salientou ainda que “não encaramos estas situações de ânimo leve. Perante estas circunstâncias, tomaremos todas as medidas legais necessárias.”
Este é mais um caso que realça a questão sobre os direitos das celebridades e a ética no uso de tecnologias de IA. Também numa situação semelhante estão os músicos, onde muitos nomes reconhecidos mundialmente viram as suas vozes serem recriadas quase na perfeição por ferramentas de inteligência artificial, e músicas não oficiais foram criadas e partilhadas online.
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