A Huawei está a preparar o que promete ser um dos lançamentos mais impactantes do ano no setor tecnológico. Yu Chengdong, presidente do grupo de negócios para consumidores da marca, revelou em declarações públicas que a empresa irá apresentar em março “um produto que ninguém consegue imaginar”, acrescentando que o dispositivo será “acessível para todos”.
As declarações do executivo reforçam rumores sobre o sucessor da linha Pocket — o esperado Pocket 3. Fontes próximas à produção sugerem que este modelo dobrável em formato concha será:
- Mais fino, pequeno e leve que a geração anterior
- Compatível com redes 5G
A grande interrogação mantém-se sobre o processador, já que as sanções continuam a limitar o acesso da Huawei a tecnologia de ponta. Especialistas confirmam que o SMIC ainda utiliza processos de 7 nm, mantendo a fabricante aquém dos 3 nm da concorrência.

Uma aposta arriscada em tempos desafiantes
Apesar das limitações tecnológicas, a Huawei disputa a liderança global no mercado de smartphones dobráveis. A estratégia combina:
- Inovação estrutural — como demonstrado no Mate XT de tripla dobragem (2023)
- Preços competitivos — posicionamento abaixo de rivais premium
- Enraizamento no mercado doméstico — com forte aceitação na China
“O segredo está em combinar engenharia com design prático”, explica um analista do setor. “A Huawei cria produtos que resolvem necessidades concretas dos utilizadores.”
Concorrência em alerta máximo
O anúncio coloca a Samsung e outras fabricantes em posição defensiva. A sul-coreana prepara o Galaxy Z Flip 6, enquanto a Honor (ex-subsidiária da Huawei) desenvolve o Magic V3.
As sanções tecnológicas impostas pelos EUA continuam a moldar o panorama industrial: a Huawei permanece impedida de adquirir máquinas de litografia ultravioleta extrema (EUV) da ASML, equipamento vital para produzir chips abaixo dos 7 nanómetros. Este bloqueio força a fabricante chinesa a explorar alternativas criativas, concentrando esforços na otimização de hardware existente através do HarmonyOS, seu sistema operativo próprio.
Embora esta abordagem permita extrair melhor desempenho de componentes limitados, mantém a empresa tecnologicamente distanciada dos processadores de 3 nm usados por concorrentes globais.
O que esperar da apresentação de março?
A Huawei deverá focar-se numa reinvenção pragmática do conceito de mobilidade inteligente, provavelmente evitando repetir soluções como a tripla dobragem do Mate XT. Espera-se maior ênfase na sinergia entre software e hardware, com melhorias graduais na ergonomia capazes de simplificar o uso diário.
O desafio será demonstrar inovação significativa dentro das restrições técnicas impostas, possivelmente através de mecanismos de dobragem alternativos ou novas formas de interação homem-máquina.
Enquanto aguardamos o evento oficial, a indústria questiona: terá a Huawei encontrado forma de contornar limitações técnicas através de inovação estrutural? A resposta chegará dentro de semanas, redefinindo potencialmente o mercado de smartphones dobráveis.
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