Se acompanhas o mundo da tecnologia, o nome DeepMind certamente não te é estranho. Esta é a divisão da Google focada em inteligência artificial, responsável por avanços notáveis como os modelos Gemini. A ambição desta equipa parece não ter limites, e o seu diretor-executivo, Demis Hassabis, partilhou uma visão que é, no mínimo, arrojada: a Google pretende não só dominar a forma como encontramos informação, mas também usar a IA para nos tornar mais empáticos.
Numa análise sobre o percurso da empresa, Hassabis deixou claro que a Google não se contenta com uma pequena fatia do mercado de IA. O objetivo é liderar em todas as frentes, desde a pesquisa rápida de factos até ao papel de assistente conversacional para questões mais complexas, moldando a tua interação com a inteligência artificial.

Uma estratégia de duas frentes para a pesquisa
Segundo Demis Hassabis, a Google está a abordar o futuro da pesquisa online através de duas abordagens que, em vez de competirem, se complementam. A empresa acredita que ambas serão essenciais e continuarão a crescer nos próximos anos.
A primeira abordagem é aquilo a que a Google chama “AI Overviews”. Esta funcionalidade foi desenhada para te dar respostas rápidas e diretas, ideais para quando precisas de verificar um facto rapidamente. A grande vantagem é que estas respostas vêm acompanhadas de citações, para que saibas de onde vem a informação.
A segunda frente é o “AI Mode”, pensado para questões mais complexas que beneficiam de uma abordagem conversacional. Aqui, a interação é mais parecida com um diálogo, permitindo-te explorar tópicos em profundidade. Apesar do poder desta ferramenta, Hassabis está convencido de que ela não irá substituir completamente a pesquisa tradicional. Segundo ele, haverá sempre necessidade de ambos os formatos, cada um servindo um propósito diferente. A intenção da Google é liderar o desenvolvimento e a implementação das duas áreas.
Pode a inteligência artificial tornar-nos menos egoístas?
Para além das estratégias de mercado, a visão de Hassabis estende-se ao impacto da IA no comportamento humano. Ele partilhou uma perspetiva que dá que pensar: esta tecnologia pode, potencialmente, tornar-nos menos egoístas. Mas como seria isso possível?
A ideia baseia-se na crença de que, com mais acesso à informação e uma comunicação melhorada, conseguimos desenvolver uma compreensão mais profunda das perspetivas e experiências dos outros. O raciocínio é que o egoísmo surge, muitas vezes, de uma falta de informação completa ou de uma desconsideração pelos interesses alheios.
A inteligência artificial poderia servir como uma ponte para estas lacunas informativas. Ao ajudar-nos a processar enormes quantidades de dados, a comunicar de forma mais eficaz e a compreender as consequências das nossas ações num contexto mais vasto, a IA poderia fomentar uma maior empatia.
A teoria sugere que, ao integrar um leque mais amplo de perspetivas, poderíamos até chegar a “sentir” o sofrimento de outros através de uma análise de dados abrangente. Isto, por sua vez, promoveria uma experiência humana mais colaborativa e menos autocentrada.
É uma afirmação ousada, mas que se alinha com o compromisso mais amplo da Google DeepMind para com o desenvolvimento responsável da IA. A visão da empresa é que a tecnologia deve servir os melhores interesses da humanidade. Ao expandir a nossa compreensão e ao permitir uma resolução de problemas mais eficaz, a IA poderia, na perspetiva de Hassabis, desbloquear novos níveis de empatia e progresso coletivo, uma ideia fascinante enquanto navegamos pelo cenário em constante evolução da inteligência artificial.
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