O cenário para a Tesla no mercado europeu de carros elétricos tornou-se cada vez mais desafiante em 2025. Os dados mais recentes indicam uma queda significativa nas vendas da marca liderada por Elon Musk, enquanto concorrentes, especialmente chineses, aproveitam a oportunidade para crescer.
Durante o mês de julho, as vendas da Tesla registaram uma descida abrupta nos dois maiores mercados europeus para veículos elétricos: Reino Unido e Alemanha. No Reino Unido, a redução atingiu cerca de 60% face ao mesmo período do ano anterior, tornando-se o mercado europeu onde a Tesla mais perdeu quota. Já na Alemanha, a quebra foi de 55%, mostrando que o problema não está circunscrito a uma só região.
A Tesla justificou anteriormente que as quebras na primeira metade de 2025 estariam relacionadas com a chegada de uma nova versão do Model Y. No entanto, os números atuais sugerem que esta explicação já não convence, pois o declínio mantém-se e até se agrava, mesmo após o lançamento do novo modelo.
A situação em Portugal não foge à regra. Só em julho, as vendas da Tesla caíram cerca de 50%. Se olharmos para o acumulado desde janeiro de 2024, a marca norte-americana perdeu aproximadamente 30% do seu volume de vendas no país. Estes dados revelam que a quebra é transversal ao continente europeu e não se limita aos grandes mercados.

Mercado elétrico cresce, mas Tesla encolhe
O mais preocupante para a Tesla é que esta tendência de queda ocorre num contexto de crescimento generalizado do mercado de veículos elétricos. Por exemplo, na Alemanha, as vendas de automóveis elétricos aumentaram 58% em julho, segundo dados oficiais da agência de tráfego rodoviário alemã. Ou seja, enquanto a Tesla perde compradores, o segmento elétrico ganha cada vez mais adeptos.
Isto demonstra que o problema não está numa retração do mercado, mas sim numa perda de atratividade dos modelos da Tesla junto dos consumidores europeus. A explicação pode estar na crescente oferta e competitividade das marcas rivais, com especial destaque para as chinesas.
BYD lidera o avanço dos rivais
Entre os principais beneficiados desta quebra da Tesla está a BYD, construtora chinesa que tem vindo a conquistar cada vez mais espaço no mercado europeu. Em julho, a BYD registou um crescimento de vendas superior a cinco vezes na Alemanha, mantendo esta tendência desde o início do ano.
No Reino Unido, onde a Tesla mais perdeu, a BYD viu as suas vendas crescerem mais de 300% no mesmo período. Outras marcas presentes no segmento elétrico também aproveitaram este momento para reforçar as suas posições e aumentar as vendas.
Concorrência chinesa ganha força
A entrada de várias marcas chinesas no mercado europeu está a transformar o panorama dos carros elétricos. Ao contrário dos Estados Unidos, onde a Tesla ainda enfrenta pouca concorrência direta, na Europa a rivalidade intensificou-se, tornando o ambiente muito mais competitivo. Os consumidores têm hoje mais opções, com propostas que combinam tecnologia, autonomia e preços competitivos.
Perante este contexto, a Tesla enfrenta o maior desafio da sua história recente na Europa. Resta saber se a marca conseguirá inverter esta tendência negativa e voltar a liderar o mercado elétrico europeu. Para já, os dados mostram que os próximos meses serão decisivos para o futuro da Tesla no velho continente.
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