Durante anos, o iPad Pro reinou supremo como o rei do hardware de tablets, mas o seu software, o iPadOS, sempre foi o seu calcanhar de Aquiles. O “Stage Manager” da Apple, a tentativa de trazer multitarefa ao iPad, é frequentemente criticado por ser rígido e pouco intuitivo. Agora, a Google pode ter encontrado a resposta que os utilizadores profissionais procuravam. Com o lançamento do Android 16, o sistema operativo recebe uma atualização massiva na sua funcionalidade de “Desktop Windowing” (Janelas de Ambiente de Trabalho), que promete transformar qualquer tablet (e smartphone) compatível numa verdadeira estação de trabalho, superando a flexibilidade da Apple.
A nova experiência de desktop do Android não tenta reinventar a roda; tenta fazer com que ela role suavemente. Ao ligares um monitor externo a um dispositivo Android compatível, o sistema transforma-se.

Janelas livres vs. a “prisão” do Stage Manager
A grande diferença entre a abordagem da Google e a da Apple reside na liberdade de gestão de janelas.
- Android 16: Oferece uma gestão de janelas passiva e familiar, semelhante à do Windows ou macOS. Podes arrastar uma janela, redimensioná-la e colocá-la exatamente onde queres. Se sobrepuseres uma janela à outra, a que está por baixo fica quieta. Tens controlos de janela padrão (fechar, minimizar, maximizar) sempre visíveis e uma barra de tarefas persistente que te dá acesso rápido às tuas aplicações e ao menu completo.
- iPadOS: O Stage Manager tenta “ajudar” demasiado. Move e redimensiona as janelas automaticamente para manter tudo organizado segundo as suas próprias regras, o que muitas vezes interrompe o fluxo de trabalho e desperdiça espaço de ecrã. Além disso, a dock (barra de tarefas) esconde-se quando uma aplicação está em ecrã completo, exigindo gestos extra para a recuperar.
Para quem trabalha com múltiplas camadas de informação e precisa de precisão, a abordagem “aborrecida” mas funcional do Android 16 é uma lufada de ar fresco.
O bónus para ‘power users’: Linux no teu Android
Se a gestão de janelas superior não for suficiente, o Android 16 tem um trunfo na manga que o iPadOS simplesmente não consegue igualar: a capacidade de correr Linux.
Graças ao Android Virtualization Framework (AVF), é possível correr uma distribuição Debian Linux completa no teu dispositivo Android. Isto permite-te usar aplicações de desktop reais, como o GIMP (edição de imagem), LibreOffice ou até jogar clássicos como o DOOM, lado a lado com as tuas aplicações Android normais. É a fusão definitiva entre a mobilidade e a potência do PC.
O que falta corrigir?
Apesar do potencial, o Android 16 ainda enfrenta desafios. A fragmentação de hardware é um obstáculo, pois nem todos os dispositivos suportam a saída de vídeo necessária (DisplayPort Alt Mode) via USB-C. Além disso, muitas aplicações Android antigas não foram desenhadas para serem redimensionadas livremente, o que pode causar problemas visuais.
No entanto, a direção é clara. O Android 16 está a democratizar a experiência de desktop móvel, transformando o teu smartphone (como o Pixel 10) ou tablet numa estação de trabalho capaz, sem a necessidade de hardware proprietário como o Samsung DeX. Para muitos utilizadores, esta flexibilidade pode ser a razão final para deixar o iPad na prateleira.
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