Numa nova declaração bombástica, Elon Musk voltou a estabelecer um prazo extremamente agressivo para a condução autónoma total. O CEO da Tesla afirmou que a empresa irá remover os “monitores de segurança” humanos dos lugares de passageiro dos seus veículos Robotaxi em Austin, Texas, dentro de “cerca de três semanas”.
Se esta promessa se concretizar, poderemos ver Teslas completamente autónomos – sem ninguém ao volante nem no lugar do passageiro – a circularem nas ruas de Austin antes do final do ano. No entanto, dada a história de prazos falhados da Tesla e as recentes preocupações de segurança com o seu programa piloto, esta declaração é recebida com uma dose saudável de ceticismo.
O salto para “sem supervisão”: o fim dos monitores de segurança?
Atualmente, o serviço de Robotaxi da Tesla em Austin, lançado em junho, opera com uma rede de segurança: embora o carro conduza sozinho, existe um funcionário da Tesla sentado no lugar do passageiro pronto a intervir.
Musk afirma agora que o problema da condução “não supervisionada” está “praticamente resolvido” e que a empresa está apenas a passar pela fase de validação. “Haverá Robotaxis da Tesla a operar em Austin sem ninguém dentro, nem mesmo no lugar do passageiro, em cerca de três semanas”, garantiu Musk durante uma videoconferência num evento da sua outra empresa, a xAI.
Esta mudança colocaria a Tesla em competição direta com a Waymo, que já opera veículos verdadeiramente sem condutor em várias cidades, incluindo Austin, há algum tempo.

Promessas vs. Realidade: o histórico de Musk
A cronologia de “três semanas” soa familiar aos seguidores de longa data da Tesla, que se habituaram à famosa estimativa de “duas semanas” para atualizações de software que muitas vezes demoram meses.
O ceticismo é reforçado pelos dados recentes do programa Robotaxi, que tem registado uma taxa de acidentes preocupante e vários erros operacionais. Passar de um sistema que ainda comete erros com supervisão para um sistema totalmente autónomo em menos de um mês seria um feito de engenharia sem precedentes – ou um risco de segurança significativo.
É possível que este lançamento “sem supervisão” seja limitado a um pequeno número de veículos ou rotas muito específicas, funcionando mais como uma demonstração de relações públicas do que como um lançamento comercial em grande escala.
O futuro do hardware: AI5 e a obsolescência programada?
Musk também olhou para o futuro, falando sobre as próximas gerações de hardware da Tesla. Ele afirmou que o sistema AI5 (sucessor do atual HW4/AI4) entrará em produção em massa em 2027 e será “10 a 40 vezes melhor”.
Esta evolução rápida levanta questões sobre a promessa antiga da Tesla de que todos os seus veículos vendidos nos últimos anos já tinham “todo o hardware necessário para a condução autónoma”. À medida que o software exige processadores mais potentes, a Tesla enfrenta o risco de ter de atualizar milhões de carros antigos, um passivo que pode custar milhares de milhões à empresa.
Por agora, todos os olhos estão postos em Austin. Se, em janeiro de 2026, virmos Teslas vazios a navegar no trânsito da cidade, Musk terá cumprido uma das suas promessas mais difíceis. Se não, será apenas mais um prazo na longa lista de previsões otimistas do CEO.
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