O ciclo de vida de uma consola define-se tanto pelos jogos que a iniciam como pelos que a encerram. Se The Legend of Zelda: Breath of the Wild foi o amanhecer glorioso da Nintendo Switch em 2017, então Metroid Prime 4: Beyond é o seu pôr do sol perfeito.
Após oito longos anos de espera, adiamentos e um reboot total de desenvolvimento, o jogo da Retro Studios chegou finalmente às mãos dos críticos e, em breve, dos jogadores. As primeiras análises são um alívio: com uma média de 80 no Metacritic e 82 no OpenCritic, o jogo evitou o desastre e entrega uma experiência sólida que honra o legado da franquia, servindo como um “canto do cisne” digno para a consola que mudou a sorte da Nintendo.
O fim de uma espera de oito anos
Para entender a importância deste lançamento, é preciso recuar à E3 de 2017. O anúncio original de Metroid Prime 4 foi um dos momentos mais elétricos da história recente da Nintendo, prometendo o regresso de Samus Aran à sua forma de shooter na primeira pessoa.
O que se seguiu foi uma saga de desenvolvimento tortuosa, com o projeto a ser reiniciado do zero e entregue à Retro Studios (os criadores da trilogia original). O facto de o jogo ser lançado agora, no final de 2025, significa que a sua sombra pairou sobre toda a vida útil da Switch.
O seu lançamento não é apenas a chegada de um jogo; é o cumprimento de uma promessa antiga. É o fechar de um ciclo narrativo para a própria consola, provando que a Nintendo não abandona os seus projetos, por mais difíceis que sejam.

A era da ressurreição de franchises
Metroid Prime 4 simboliza também a filosofia que tornou a Switch um sucesso estrondoso: a revitalização do catálogo “esquecido” da Nintendo.
Durante a era Wii e Wii U, a Nintendo focou-se muito nas suas marcas gigantes (Mario, Zelda). Com a Switch, a empresa arriscou e deu palco a franquias de “segunda linha”. Vimos o regresso triunfante de Metroid (com Dread e agora Prime 4), Fire Emblem, Pikmin e até Advance Wars. Animal Crossing: New Horizons tornou-se o segundo jogo mais vendido da consola, algo impensável em 2017.
Metroid Prime 4 é a coroa de glória desta estratégia. É a prova de que qualquer franquia da Nintendo, com o cuidado certo, pode brilhar ao lado dos gigantes.

O elo de ligação com a Switch 2
Embora seja tecnicamente um título cross-gen (disponível também para a nova Switch 2, onde terá melhor desempenho), Metroid Prime 4 pertence espiritualmente à Switch original.
A consola ainda receberá títulos como Rhythm Heaven Groove e Tomodachi Life no próximo ano, mas Metroid Prime 4 é o último grande blockbuster tradicional a definir esta geração. É o ponto final de uma era dourada e, esperemos, o início de um novo capítulo para Samus Aran na próxima geração de hardware.
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