O actor britânico, popularizado através da série televisiva Sherlock, no canal BBC One, onde interpreta um Sherlock Holmes moderno, vai interpretar Hamlet, no clássico de Shakespeare. A estreia está prevista para dia 25 de Agosto de 2015, no Barbican Center Theatre, em Londres.
A novidade não está no facto de o actor estar a trabalhar em teatro – ao longo da sua carreira não tem passado despercebido pelo teatro, pelo cinema, pela televisão e até pela radio.
Na ante-estreia de Hamlet, o actor tentou sensibilizar os seus fãs para o transtorno que é, para quem está em palco, ver as câmaras e as luzes vermelhas dos dispositivos móveis.
O actor disse que desse modo, não pode dar ao público o que ele quer, que é uma performance, ao vivo que eles possam reter nas suas mentes e nos seus cérebros, quer ela tenha sido boa, má ou indiferente, em vez de nos seus telemóveis.
Com efeito, perguntamo-nos muitas vezes se efectivamente, a infinidade de registos de imagens que o comum dos mortais faz, vai alguma vez ser visto, ou se estão apenas a usar a câmara para ver o espectáculo através dela…
Cumberbatch propôs aos fãs uma plataforma de entendimento: dispôs-se a ser fotografado, fora do auditório e pediu aos fãs, uma vez que ele não usa as redes sociais, que partilhem o seu apelo à não utilização de camaras e dispositivos móveis em performances ao vivo, através do Facebook, o Twiter, blogs, hashtags.
As imagens oficiais da produção serão lançadas já na próxima semana, poderão ser visionadas nessa altura, com a qualidade que merecem.
O actor, de 39 anos de idade, foi visto em palco, pela última vez em 2011, numa produção do National Theatre, Frankestein, sob a direcção de Danny Boyle. Com essa performance, ganhou o Olivier Award.
Foi também nomeado para um Óscar pelo seu desempenho em The Imitation Game, como Alan Turing.
Seja para captar imagens, seja para estar “sempre contactável”, ao uso de um dispositivo desse género, deveria estar associado um código de ética, já que as regras de boa-educação parecem ter um “vazio legal”. As pessoas não se sentem vinculadas a elas, talvez sintam que o milagre da tecnológica, por ter aparecido depois da boa-educação impera sobre esta, anulando as suas regras.
Quando se assiste a um espectáculo ao vivo, o uso desses aparelhos é quase um acto de terrorismo: o transtorno é sentido pelos artistas e pelos restantes espectadores, podendo arruinar um momento chave de um trabalho que levou meses e meses a desenvolver.
Já em 2013, também James McAvoy repreendeu um membro da audiência que estava a filmar Macbeth, no Trafalgar Studio.
Também no ano passado, Kevin Spacey foi interrompido por um telefone a tocar, durante a sua performance como Clarence Darrow, no London’s Old Vic Theatre – teve que intervir: “If you don’t answer that, I will!”
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