No passado dia 2 de Setembro, a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura – e a Mastercard estabeleceram uma parceria inovadora de apoio a populações em condições severas de fome e desnutrição.
O campo de refugiados de Kakuma, em Turkana County, no Quénia, é actualmente o lar de 170.000 refugiados que fugiram da guerra e da violência dos países vizinhos. Os residentes do campo receberão cartões pré-pagos que lhes permitirão comprar carvão produzido localmente pela comunidade de acolhimento – carvão vegetal certificado, produzido de forma sustentável.
Segundo Walt Macnee, da MasterCard: “Este importante acordo com a FAO tem por base o nosso compromisso de estabelecer parcerias relevantes que alavanquem tecnologia global e ideias que conduzam a um planeta mais rico e abrangente, onde as pessoas, independentemente do local onde vivem ou da sua situação económica, sejam capazes de construir a sua própria vida. Tal como a FAO, estamos ansiosos por avançar com este projeto.”
O objectivo do projecto é reduzir as tensões sociais entre os habitantes de Turkana e os refugiados, aliviando também as pressões sobre o meio ambiente.
Às 1.240 famílias de acolhimento da comunidade serão fornecidos melhores fornos de produção de carvão e às 7.000 famílias de refugiados aí residentes, serão dados fogões eficientes em termos energéticos. O crédito oferecido nos cartões pré-pagos permitirá cobrir 25% das necessidades anuais de carvão dessas famílias.
Esta parceria reflecte o conhecido provérbio chinês – “não dês um peixe, ensina a pescar” – direcionando a sua estratégia de apoio nos dois sentidos: aos habitantes locais e aos refugiados aí acolhidos, permitindo que ambos adquiram ferramentas para conquistarem não só a sua sobrevivência imediata, mas também apoiando os pequenos agricultores, na conquista da sua independência económica e desenvolvimento sustentável da região.
O projecto envolve também o programa da Comissão Europeia e do Departamento de Proteção Civil de Ajuda Humanitária, ECHO, que dará formação ao total das 8.000 famílias em questão sobre o uso dos fogões, melhorando a sua poupança de energia, bem como 20 grupos de fornos para a produção de carvão vegetal de origem sustentável.
O envolvimento de parceiros privados, longe de cobrir todas as necessidades emergentes, inspira à convergência de esforços entre todos os organismos, com um único objectivo: dar coerência ao termo “mundo global”, reconhecendo a toda a humanidade, no seu sentido verdadeiramente “global”, o direito à vida com dignidade e em paz.
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