Os dados estão lançados e Portugal respira de alívio quando olhamos para os números mais recentes da segurança rodoviária. Nos primeiros 30 dias de atividade dos 37 novos radares do Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO), operados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), as estatísticas resplandecem com zero mortos e zero feridos graves nos locais sob influência destes equipamentos.
Este balanço, embora inicial, traz uma lufada de esperança e reafirma o compromisso na persecução dos objetivos propostos pela Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária – Visão ZERO 2030. No que toca à diminuição das transgressões, os números são fulgurantes e motivadores. A comparação com dados anteriores à instalação dos novos radares demonstra uma acentuada queda no número de veículos a circular em excesso de velocidade – cerca de 80%. Em alguns casos, como é visível nos radares localizados na EN 10, em Vila Franca de Xira, e na EN 206, em Fafe, esta redução ultrapassou os 95%.

Mas eis que a história se adensa ao explorarmos mais a fundo estes dados. A ANSR registou, apenas no mês de setembro, a fiscalização de quase 20 milhões de veículos. Este número traduz-se num robusto aumento de 76%, quando comparado com o período homólogo do ano anterior. Porém, e paradoxalmente, a taxa de infração escalou de 0,29% para 0,57%, indicando que, por cada mil veículos fiscalizados, os veículos em infração cresceram de 3 para 6, um número que, embora pequeno, não pode ser ignorado.
Segurança e transparência: pilares da nova estratégia
O critério para a seleção dos novos locais de controlo de velocidade (LCV) foi definido com base na sinistralidade grave e na velocidade, tendo em consideração onde o excesso de velocidade se mostrou um fator preponderante na ocorrência de acidentes. Nos últimos cinco anos, nestas localidades, 115 vidas foram perdidas, constituindo 25% das mortes ocorridas nos 175 locais identificados pela ANSR como pontos críticos de acidentes mortais.
O investimento em segurança não se faz apenas com equipamentos de monitorização. A ANSR aposta também na transparência e na consciencialização do público, garantindo o conhecimento amplo sobre a localização de todos os radares SINCRO. Este é um movimento concretizado através da campanha “Os Radares Salvam Vidas” e pela disponibilização de informações em diversos meios de comunicação e na plataforma online específica para este fim.
Os próximos passos na viagem pela segurança rodoviária
Os dados não mentem e o balanço, após o primeiro mês de funcionamento dos novos radares SINCRO, é altamente positivo. A sinistralidade rodoviária é um problema que se aborda com seriedade e Portugal prova que, através de medidas como a reforçada fiscalização e a promoção da condução segura, se podem salvar vidas.
A ANSR tem, assim, as suas metas delineadas e os resultados já alcançados oferecem um estímulo para o futuro. Contudo, cada utilizador da estrada tem também um papel vital nesta jornada. Afinal, a condução segura não é apenas uma responsabilidade das entidades reguladoras, mas de todos nós. É, assim, que nos movemos coletivamente em direção a uma realidade onde as estradas portuguesas se tornam cada dia mais seguras, valorizando a vida e promovendo hábitos de condução que, de facto, salvam vidas.
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