Descubra como plataformas de revenda como ThredUp e Vestiaire Collective desafiam o domínio do fast fashion, especialmente a gigante chinesa Shein. Essas marcas se destacam pela sustentabilidade e buscam educar seus consumidores.
No mundo da moda, o reinado do fast fashion, liderado por gigantes como H&M e Zara, enfrenta uma nova concorrência formidável.
A startup chinesa Shein, avaliada em impressionantes 66 mil milhões de dólares, está prestes a dar o próximo passo e abrir seu capital nos Estados Unidos.
Contudo, enquanto Shein se prepara para consolidar seu domínio, duas plataformas de revenda, Vestiaire Collective e ThredUp, se organizam em uma resistência contr o alto consumo e desperdícios do fast fashion.
O surgimento da ameaça Shein
Há uma década, críticas às práticas comerciais insustentáveis da H&M e Zara começaram a ecoar.
O fast fashion, conhecido por produzir roupas ultramodernas a preços baixos, foi alvo de ativistas, jornalistas e consumidores conscientes.
Embora H&M e Zara tenham iniciado mudanças em direção à sustentabilidade, uma nova ameaça emergiu na forma da Shein, uma startup chinesa que revolucionou a indústria ao lançar até 10 mil novos itens diariamente.
Responsável por metade das vendas de fast fashion, a Shein agora enfrenta a resistência de plataformas de revenda determinadas a combater sua abordagem prejudicial.
Revenda vs. Fast Fashion
No verão passado, Shein abriu um pop-up em São Francisco, que atraiu a atenção da ThredUp.
A plataforma de revenda não hesitou em convocar seus assinantes a boicotar o evento Shein ao oferecer descontos e frete grátis como incentivo.
Essa estratégia reflete a abordagem direta das plataformas de revenda, que visam os consumidores de fast fashion, motivados por preços baixos.
O setor de revenda cresce exponencialmente, projeta-se que irá dobrar de tamanho até 2027, atingindo 350 mil milhões de dólares.
Ao comprar e vender moda em segunda mão, plataformas como ThredUp e Vestiaire Collective competem diretamente com marcas como Shein, enquanto promovem uma alternativa mais sustentável.
Sustentabilidade em foco
Destacar a sustentabilidade tornou-se a arma das plataformas de revenda. Comprar roupas usadas, argumentam elas, é uma escolha mais amigável ao meio ambiente.
A produção de uma nova peça de roupa gera emissões significativas de gases de efeito estufa, enquanto a compra de produtos usados reduz drasticamente esse impacto.
Vestiaire Collective, quer banir não apenas Shein, mas também outras 33 marcas de fast fashion, e visa educar os consumidores sobre práticas de compra mais responsáveis.
Banning Shein: Uma declaração contra o fast fashion
No ano passado, a Vestiaire Collective baniu Shein de sua plataforma como uma estratégia para rejeitar marcas de fast fashion.
Ao definir criteriosamente o que constitui o fast fashion, a plataforma busca conscientizar os consumidores sobre a verdadeira natureza do problema.
A CEO da empresa na América do Norte, Samina Virk, enfatiza que o fast fashion não é apenas sobre preços baixos, mas também sobre a constante produção e promoção frenética de novos produtos.
Apesar de reconhecerem que não derrubarão Shein imediatamente, as plataformas de revenda apostam no longo prazo.
ThredUp, por exemplo, vende marcas de fast fashion para evitar o desperdício, mas não paga pelos itens da Shein, o que demonstra um compromisso com a responsabilidade ambiental.
Desafios legislativos
A CEO da Vestiaire Collective, acredita que os governos desempenham um papel crucial no desaceleramento do avanço da Shein.
Na Europa, regulamentações em breve exigirão padrões de durabilidade, reutilização e reparabilidade para bens físicos, o que impactará diretamente a capacidade da Shein de operar.
Nos EUA, onde a pressão regulatória é menor, membros do Congresso já solicitaram medidas mais rigorosas sobre as práticas do mercado de moda.
Enfrentar o fast fashion é um desafio que demanda esforços colaborativos. Plataformas de revenda, governos, compradores e varejistas precisam unir forças para promover uma mudança cultural na indústria da moda.
A esperança é que, ao educar os consumidores e desafiar gigantes como Shein, a moda do futuro seja mais sustentável, com menos produção e mais reutilização.
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